SUS incorpora DIU hormonal e desogestrel para tratar endometriose, mas distribuição depende de atualização de protocolo
- porRedação
- 09 de Julho / 2025
- Leitura: em 8 segundos

| Créditos: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil
O Sistema Único de Saúde (SUS) incorporou duas novas opções de tratamento hormonal para mulheres com endometriose: o DIU liberador de levonorgestrel (DIU-LNG) e o desogestrel. As terapias, que receberam parecer favorável da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), foram oficialmente incluídas pelo Ministério da Saúde.
O DIU-LNG atua suprimindo o crescimento do tecido endometrial fora do útero e se apresenta como alternativa para pacientes que não podem utilizar anticoncepcionais orais combinados, com necessidade de troca a cada cinco anos. Já o desogestrel, um anticoncepcional que bloqueia a atividade hormonal, poderá ser prescrito na primeira avaliação clínica, visando a redução da dor e a contenção da progressão da doença antes mesmo da confirmação diagnóstica por exames.
Apesar da incorporação, a disponibilização dos medicamentos no SUS depende da atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Endometriose.
A endometriose é uma doença inflamatória crônica que afeta aproximadamente 10% das mulheres e meninas em idade reprodutiva globalmente, o que equivale a mais de 190 milhões de pessoas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, houve um aumento significativo nos atendimentos de endometriose na atenção primária (30% entre 2022 e 2024) e na atenção especializada (70% no mesmo período), além de um avanço de 32% nas internações.
Especialistas avaliam que a inclusão dessas novas terapias no SUS pode reduzir o tempo para o alívio da dor e diminuir a necessidade de procedimentos cirúrgicos, embora a efetivação dependa da celeridade na atualização dos protocolos e na aquisição dos insumos.