A Justiça Eleitoral de Corumbá (MS) declarou o ex-prefeito de Ladário, Iranil de Lima Soares (PP), inelegível por oito anos. A decisão, proferida pela juíza Luiza Vieira Sá de Figueiredo, da 50ª Zona Eleitoral, se baseia em investigações do Ministério Público Estadual (MPE) que comprovaram perseguições a servidores municipais durante as eleições do ano passado.

Além de Iranil, a ex-secretária de Assistência Social, Graciele Zório Franco, também foi condenada à inelegibilidade pelo mesmo período. Ambos foram denunciados pelo MPE por assédio moral e eleitoral, demissões e perseguições a funcionários da prefeitura de Ladário durante e após o pleito de outubro, vencido por Munir Ramunieh (PSDB).

As investigações do MPE reuniram depoimentos de servidores e documentos, incluindo mensagens ameaçadoras, que evidenciaram os abusos. Dentre as irregularidades, foram constatadas demissões de funcionários que não apoiaram os denunciados na campanha eleitoral. Iranil tentava eleger seu sucessor, Luciano Cavalcante Jara, enquanto Graciele concorreu sem sucesso a uma vaga na Câmara de Vereadores.

O caso teve como ponto de partida a denúncia da servidora Rafaella Fernanda Sabetti Lengruber, que relatou ter sofrido retaliações por se recusar a trabalhar na campanha da ex-secretária. Rafaella foi exonerada do cargo de coordenadora do Cras e transferida diversas vezes, chegando a ser mantida sem função no Creas.

Na sentença, a juíza eleitoral destacou a "reiterada conduta abusiva de natureza psicológica, com a finalidade de troca de favores, e retaliação e constrangimentos públicos".

Cabe ressaltar que o ex-prefeito Iranil de Lima Soares já é réu em outra ação por improbidade administrativa, referente a irregularidades no pagamento de diárias durante seu período como presidente da Câmara de Vereadores de Ladário, sendo condenado a devolver recursos aos cofres públicos.