A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira (21) a Operação Vox Veritatis, cumprindo sete mandados de busca e apreensão em Campo Grande e um no Rio de Janeiro. A ação teve como alvos ex-servidores públicos da gestão do ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e empresários com contratos com o Governo do Estado.

A investigação apura suspeitas de fraudes milionárias em contratos da Secretaria de Estado de Educação (SED). Entre os envolvidos, estão:

• Édio Antônio Resende de Castro, ex-secretário-adjunto da SED
• Andrea Cristina Souza Lima, ex-coordenadora de licitações e contratos da SED
• Marcelo Américo dos Reis, empresário, sócio da Hex Marketing
• Elimar Pereira dos Santos, empresário, sócio da Pro-Info Energia
• Leonardo Primo de Araújo, empresário, sócio da Comercial L&L

Detalhes da Operação

A PF apreendeu R$ 146,8 mil em dinheiro na casa do empresário Marcelo Américo dos Reis, no Rio de Janeiro, e R$ 363 mil em um cofre em Campo Grande. As investigações indicam que empresários, em parceria com servidores da SED, manipulavam o processo de adesão a atas de registro de preços de outros órgãos públicos, gerando contratos com sobrepreço. O esquema previa o repasse de 5% do valor negociado como comissão para intermediários, que dividiam o montante com os servidores envolvidos.

Os investigados podem responder por crimes como peculato, corrupção, lavagem de dinheiro e fraudes em licitações e contratos.

Conexões com Outras Operações

A Vox Veritatis é um desdobramento das operações "Mineração de Ouro" e "Terceirização de Ouro", que também investigaram desvios de recursos públicos federais.

Édio Antônio Resende de Castro e Andrea Cristina Souza Lima já haviam sido implicados na Operação Turn Off, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). A Turn Off, em 2023, investigou fraudes em licitações para aquisição de bens e serviços, incluindo o fornecimento de ar-condicionado para a SED, no valor de R$ 13 milhões, e apontou pagamento de propina a agentes públicos.

Posição do Governo do Estado

O Governo de Mato Grosso do Sul informou, por meio de nota, que nem a SED nem servidores ativos foram alvos diretos das diligências da Vox Veritatis. O governo afirmou que está acompanhando os desdobramentos e colaborando com as autoridades, garantindo que as medidas legais cabíveis serão adotadas.