O vereador José da Silva Cipriano, conhecido como Zé Paraíba (PP), protagonizou um episódio marcante na política local ao renunciar ao cargo de 1º secretário da Câmara Municipal. Em uma sessão realizada nesta segunda-feira (5), o parlamentar expôs razões contundentes para sua decisão, apontando diretamente para o presidente da Casa, o vereador Marcos Inácio Campos, também conhecido como Marquinhos da Vam (PSDB), como protagonista de atos que, segundo ele, configuram corrupção.

Zé Paraíba alegou ter sido marginalizado em diversas decisões importantes da Casa, sendo relegado a um papel meramente formal, limitado à assinatura de cheques, sem participação efetiva nas deliberações. Em entrevista ao Campo Grande News, o ex-1º secretário revelou que desde o ano de 2023 vinha levantando questionamentos sobre os gastos da Câmara, culminando com uma mudança no regimento interno promovida pelo presidente no final do ano passado, a qual retirou todos os poderes do secretário.

"Ele mudou o regimento interno da câmara, tirando todos os poderes do secretário, ou seja, de assinar cheque, fazer pagamento eletrônico e rotinas de despesa, ou seja, ele tirou o poder do secretário porque eu estava vendo as coisas que estavam acontecendo e questionando, né? E aí ele tirou o poder do secretário, porque quando eu vi uns depósitos em nome de uma pessoa só, ele simplesmente, no final do ano, foi lá e mudou o regimento da casa tirando todos os planos e poderes do secretário”, detalhou Zé Paraíba.

O vereador denunciou discrepâncias nos registros financeiros da Casa, apontando para um orçamento aparentemente incompatível com os valores encontrados em extratos bancários recentes. Segundo suas alegações, enquanto o orçamento até o ano passado era de aproximadamente R$ 441, o saldo bancário disponível na conta era de apenas R$ 800. "Fui indagar quando tirei esse extrato, não tem respeito com o público da Câmara, isso me cheira mau uso do dinheiro público, me cheira corrupção", afirmou o parlamentar.

Além disso, Zé Paraíba destacou a realização de depósitos em nome de uma única pessoa, suspeitando fortemente de desvio de recursos públicos. "Foi feito em um dia só, seis depósitos de seis mil, oito depósitos de seis mil, mais outro depósito de sete mil, então isso que me fez caracterizar corrupção, né, ou seja, cheira corrupção. Por que que essa pessoa, só ela, foi feito no depósito no nome dessa pessoa?", questionou o vereador.

Por fim, Zé Paraíba deixou claro que, caso sofra qualquer tipo de retaliação, o principal suspeito deve ser o presidente da Câmara, Marquinhos da Vam. "Caso aconteça alguma coisa comigo, o principal suspeito é o presidente da Câmara, ao Campo Grande News ele afirmou, que caso sofra algum atentado, a polícia deve procurar o vereador Marquinhos da Vam".