‘Pré-COP30’, cúpula do Brics começa hoje com debate sobre crise climática e inteligência artificial

Reunião de Sherpas do Brics antecederam o evento principal | Créditos: Rafa Neddermeyer/BRICS Brasil/PR


A reunião de líderes do Brics tem início neste domingo (6), no MAM (Museu de Arte Moderna), no Rio de Janeiro. O encontro marca o ponto central da presidência brasileira no bloco e deve priorizar temas ligados à crise climática, como mecanismos de financiamento, além de discutir uma proposta de governança internacional para a inteligência artificial.

Criado em 2009, o grupo reúne atualmente 11 países — Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã — e conta com dez nações parceiras (confira lista ao fim).

O comando do Brics é rotativo e, neste ano, está sob responsabilidade do Brasil.

De acordo com a Prefeitura do Rio, cerca de 4.000 representantes de 37 nações, entre membros efetivos, convidados e organizações multilaterais, devem participar da cúpula.

A pauta ambiental é considerada uma das prioridades da presidência brasileira, que pretende impulsionar o debate em torno do financiamento climático.

COP30 antecipada

A expectativa é antecipar tópicos que também estarão em evidência na COP30, marcada para novembro em Belém (PA).

Ao longo do ano, durante as reuniões preparatórias, os representantes dos países integrantes consolidaram um documento com recomendações sobre apoio financeiro para ações climáticas. Esse material deve embasar a redação do texto final da cúpula.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a cobrar o cumprimento dos compromissos firmados por países desenvolvidos desde a COP15, em 2009, quando prometeram recursos anuais para apoiar regiões em desenvolvimento. Segundo ele, os valores necessários hoje superam em muito os anunciados na época.

“Estamos entrando em 2025, e os recursos prometidos ainda não se materializaram. Aquilo que era US$ 100 bilhões por ano, hoje precisaria chegar a US$ 1,6 trilhão para cumprir metas climáticas e conter o aquecimento global dentro do limite de 1,5°C”, declarou Lula durante encontro do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), também conhecido como Banco do Brics, realizado na última sexta-feira (4).

Inteligência artificial na agenda

Outro eixo da cúpula será o papel das tecnologias emergentes, especialmente a inteligência artificial. A proposta do Brasil é inserir o Sul Global nos debates regulatórios e estratégicos em curso no cenário internacional.

A ideia é desenvolver uma governança conjunta voltada para o uso responsável da IA, com foco na redução de desigualdades e na ampliação da inclusão digital. Entre as sugestões em discussão estão o compartilhamento de experiências entre os países participantes e a adoção de políticas públicas que democratizem o acesso às tecnologias.

Brics: países-membros e parceiros

Integrantes permanentes

  • África do Sul
  • Arábia Saudita
  • Brasil
  • China
  • Egito
  • Emirados Árabes Unidos
  • Etiópia
  • Indonésia
  • Índia
  • Irã
  • Rússia

Nações parceiras

  • Belarus
  • Bolívia
  • Cazaquistão
  • Cuba
  • Malásia
  • Nigéria
  • Tailândia
  • Uganda
  • Uzbequistão
  • Vietnã
Compartilhe: