O ex-deputado Aldo Rebelo foi indicado como testemunha de defesa do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, em ação que apura uma reunião realizada em 2022, convocada pelo então presidente Jair Bolsonaro, para apresentar estudos relacionados à possível decretação de medidas de exceção aos comandantes das Forças Armadas.

De acordo com as investigações, Garnier teria sinalizado apoio a Bolsonaro no caso da decretação de estado de sítio ou de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), no fim daquele ano.

Durante seu depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), Rebelo tentou interpretar uma suposta fala de Garnier na reunião, afirmando que a língua portuguesa é "repleta de força de expressão". A declaração foi rebatida pelo ministro Alexandre de Moraes, que reagiu com veemência: “O senhor estava na reunião? Então, não tem condições de avaliar a língua portuguesa”. Diante da insistência do ex-parlamentar, Moraes chegou a ameaçá-lo de prisão por desacato à Corte.

As oitivas das testemunhas ocorrem entre os dias 19 de maio e 2 de junho. Após essa fase, Bolsonaro e os demais réus serão convocados para interrogatório, em data ainda a ser definida.

Os oito acusados compõem o chamado "núcleo 1", considerado pela Procuradoria-Geral da República como central na suposta tentativa de golpe de Estado. A denúncia contra eles foi aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF em 26 de março.

Réus do núcleo 1:

Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e delator;

Walter Braga Netto, general da reserva e ex-ministro;

General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;

Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF;

Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;

Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa.