Uma operação conjunta realizada entre 19 e 23 de maio flagrou 19 trabalhadores, entre eles dois adolescentes, em condições análogas à escravidão em fazendas de Paraíso das Águas e Anastácio, em Mato Grosso do Sul. A ação envolveu o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Auditoria Fiscal do Trabalho, a Polícia Militar Ambiental (PMA) e o Ministério Público da União (MPU).

Na propriedade em Paraíso das Águas, foram resgatados 16 trabalhadores, a maioria paraguaia, trazidos ilegalmente ao Brasil após cruzarem a fronteira a pé. Sem registro em carteira, enfrentavam jornadas exaustivas, alojamentos precários e descontos obrigatórios no salário, o que caracterizava servidão por dívida.

Segundo o MPT, os empregados foram orientados a se esconder no mato para evitar fiscalização. Já em Anastácio, outros três trabalhadores foram encontrados em situação semelhante, após passarem cerca de três meses em uma fazenda, inclusive atuando na reforma de uma ponte.

O MPT agendou para o início de junho uma audiência extrajudicial com o proprietário da fazenda e os trabalhadores, com proposta de assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).