Mistério no Pantanal: Incêndios permanecem sem causa definida, mas ação criminosa é descartada

| Créditos: Foto: Reprodução/PMA

Um estudo recente conduzido pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) em conjunto com a Polícia Militar Ambiental (PMA) analisou os 14 maiores incêndios que devastaram o Pantanal sul-mato-grossense entre maio e junho de 2024. A análise concluiu que, na maioria dos casos, não foi possível determinar as causas exatas nem identificar os responsáveis.

Apenas um dos incêndios teve sua origem confirmada: o que consumiu mais de 160 hectares na Fazenda Campo Enepê, em Corumbá. Uma vistoria no local e documentos fornecidos pelo proprietário comprovaram que o fogo começou acidentalmente durante testes científicos realizados por pesquisadores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), e se alastrou rapidamente devido aos fortes ventos.

Em outro caso, o proprietário de uma das áreas afetadas registrou um boletim de ocorrência, alegando que o incêndio teria se originado em uma fazenda vizinha, após um capataz atear fogo em uma colmeia. No entanto, a investigação sobre esse incidente ainda está em andamento.

Três dos incêndios ocorreram em áreas remotas e de difícil acesso para a PMA, enquanto outros nove tiveram início em locais desabitados, distantes de rios, estradas ou qualquer tipo de ocupação humana.

O estudo mapeou um total de 292,86 mil hectares consumidos pelas chamas no período analisado, incluindo uma área de 39,28 mil hectares na Bolívia, para onde o fogo se alastrou.

Apesar da dificuldade em identificar as causas da maioria dos incêndios, o estudo descartou a possibilidade de uma ação criminosa orquestrada, devido à grande distância entre os diferentes focos de incêndio, que variavam de 3,31 km a 101,82 km.

A investigação também descartou qualquer relação entre os incêndios e áreas desmatadas ou unidades de conservação. Como não houve registro de raios na região durante o período, a busca por causas humanas continua sendo o foco das autoridades.

Equipes de combate a incêndios permanecem no Pantanal, trabalhando para prevenir e controlar novos focos, especialmente considerando que o período de estiagem na região está apenas começando.

Paralelamente, a Polícia Federal conduz sua própria investigação sobre as causas e os autores dos incêndios. Segundo o presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Rodrigo Agostinho, fazendas onde os incêndios tiveram início estão sendo periciadas, e os responsáveis por incêndios criminosos serão responsabilizados de acordo com a lei.

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