Dólar sobe e Ibovespa tem alta de 0,5% no 1º pregão de julho
- porCNN
- 01 de Julho / 2025
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Apesar da alta de 0,39% no dia, a 4,8516 reais na venda, o Dólar encerrou acumulando uma queda de 8,08% frente ao real | Créditos: Getty Imagens
O dólar à vista fechou em atla ante o real nesta terça-feira (1º), na contramão do exterior e um dia após fechar o semestre no menor valor do ano, conforme os investidores avaliavam o embate político e jurídico do governo com o Congresso em torno da cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), com as negociações comerciais dos Estados Unidos também em foco.
A divisa norte-americana fechou o dia em alta de 0,48%, cotada em R$ 5,461.
Enquanto isso, o Ibovespa também subiu, a 139.549,43 pontos, ganho de 0,5% no dia.
Na segunda-feira, o dólar à vista fechou em baixa de 0,88%, a R$ 5,435, no menor valor de fechamento desde 19 de setembro do ano passado.
Cenário doméstico
Os movimentos do real nesta sessão tinham como pano de fundo o anúncio da AGU (Advocacia-Geral da União) de que irá ingressar com ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para defender o decreto do governo que elevou alíquotas do IOF e foi derrubado pelo Congresso na semana passada.
"A avaliação técnica dos nossos advogados, e que foi submetida ao senhor presidente da República, foi que a medida adotada pelo Congresso Nacional acabou por violar o princípio da separação de Poderes", disse o advogado-geral da União, Jorge Messias.
Segundo analistas, a reação negativa do mercado nacional se dá tanto pelo conteúdo do decreto do IOF, que já vinha gerando insatisfação entre os investidores, quanto pela perspectiva de embate institucional entre Executivo e Legislativo, o que gera incerteza para o cenário político do país.
"O que atrapalha o desempenho do real é o próprio Brasil. O contexto político e fiscal de Brasília continua trazendo dor de cabeça", disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.
"Isso traz volatilidade para os ativos brasileiros, traz volatilidade para o câmbio", completou.
Cenário exterior
No exterior, o cenário era de fraqueza para o dólar, conforme os mercados navegam pelas incertezas geradas com a aproximação do prazo de 9 de julho para que parceiros dos EUA fechem acordos a fim de evitar tarifas mais altas.
Os receios quanto às disputas comerciais têm provocado nos últimos meses um movimento de fuga dos ativos dos EUA, incluindo o dólar, levando a divisa a recuar tanto frente a pares fortes, como o euro e o iene, e emergentes, como o peso mexicano e o rand sul-africano.
A percepção de analistas é de que, apesar das ameaças tarifárias partirem do presidente dos EUA, Donald Trump, a maior economia do mundo é que será mais prejudicada pelas altas taxas de importação sobre produtos de diversos países.
Em outro fator de pressão para o dólar, os investidores também têm fomentado suas apostas em cortes na taxa de juros pelo Fed (Federal Reserve) neste ano, na esteira de dados de inflação moderados e números fracos para a atividade econômica, como a contração de 0,5% no PIB dos EUA para o primeiro trimestre.
Ao longo da semana, o foco dos mercados estará em torno de dados econômicos, com destaque para o relatório de emprego de junho dos EUA na quinta-feira (3), que pode fornecer novos sinais sobre a trajetória da taxa de juros do Fed.
*Com informações da Reuters