Juiz condena mais seis em desdobramento da Operação Uragano em Dourados

| Créditos: Reprodução/André Bento

Seis indivíduos foram condenados pela Justiça do Mato Grosso do Sul em conexão com a Operação Uragano, um dos maiores escândalos políticos da história de Dourados. Iniciada em setembro de 2010, essa operação abalou o cenário político da maior cidade do interior do estado, resultando na prisão do então prefeito Ari Artuzi, além de vereadores, servidores públicos e empresários.

O caso, que ficou conhecido como o maior escândalo político da cidade, envolveu cerca de 60 pessoas em um esquema de desvio de dinheiro público por meio de licitações fraudulentas e pagamento de propinas a agentes públicos por empresas com contratos com a prefeitura.

Na última segunda-feira (5), o juiz Marcelo da Silva Cassavara, da 1ª Vara Criminal, proferiu sentença contra seis dos denunciados pelo Ministério Público, em um dos desmembramentos do processo principal. Entre os condenados estão ex-secretários municipais, ex-vereadores e até mesmo um técnico do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Todos foram ordenados a devolver R$ 20 mil aos cofres municipais.

Embora tenha imposto penas de 2 a 11 anos de prisão, o juiz indicou em sua decisão que, se as sentenças fores concluídas após a decisão definitiva do processo, ele considerou a possibilidade de prescrição retroativa, dada a transcurso de mais de 12 anos entre a denúncia e denúncia.

Dilson Degutti Vieira, ex-secretário de Saúde, recebeu pena maior: 11 anos e seis meses de reclusão, além do pagamento de 281 dias-multa. Ele foi gravado explicando o funcionamento do esquema de propinas no Hospital Evangélico, cujos recursos alimentaram o esquema liderado pelo então prefeito Ari Artuzi.

Darci Caldo, ex-secretário de Governo, foi condenado a 9 anos de prisão e 193 dias-multa, enquanto o ex-técnico do TCE Selmo Marques de Oliveira recebeu uma pena de 2 anos e 4 meses em regime aberto, mais 11 dias- multa.

Além disso, o ex-vereador José Carlos de Souza, conhecido como Zezinho da Farmácia, foi condenado a 5 anos, 2 meses e 12 dias de reclusão, e Dirceu Aparecido Longhi, outro vereador na época do escândalo, recebeu uma pena de 4 anos e 4 meses de reclusão.

José Carlos Cimatti Pereira, ex-presidente da Câmara de Dourados, foi condenado a 8 anos de reclusão. Todos esses condenados têm o direito de recorrer em liberdade.

O juiz absolveu o engenheiro municipal José Humberto da Silva da acusação de enriquecimento ilícito e declarou extinta a punibilidade por falsidade ideológica para alguns dos envolvidos no processo.

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