Plano Safra: Governo promete recorde, mas senadora Tereza Cristina alerta para juros altos e cortes no Seguro Agrícola
- porRedação
- 01 de Julho / 2025
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O lançamento do Plano Safra 2025/2026, com um aporte de R$ 516,2 bilhões, sendo R$ 414,7 bilhões para custeio e R$ 101,5 bilhões para investimentos, gerou um debate intenso sobre as reais perspectivas para o agronegócio brasileiro. Embora o montante anunciado seja superior aos R$ 508 bilhões do ano anterior, a senadora Tereza Cristina (PP-MS) levantou sérias preocupações sobre a efetividade do plano, apontando para juros mais altos e cortes no seguro agrícola, o que, segundo ela, compromete a produção de alimentos e a estabilidade do setor.
Em um desabafo em suas redes sociais, a senadora criticou a disparidade entre a "expectativa" e a "realidade" do Plano Safra. Tereza Cristina relembrou que dos R$ 475 bilhões prometidos em 2024, apenas 70% foram entregues, somado a juros elevados e um corte "brutal" de R$ 450 milhões no seguro agrícola. Para o ciclo 2025/2026, a senadora manifestou pessimismo, prevendo "juros ainda mais elevados, recursos limitados e o mesmo descaso com o seguro rural." Ela questionou: "Como produzir alimentos com crédito caro, proteção reduzida e instabilidade constante? O setor que sustenta nossa economia merece políticas sérias, não propaganda."
Por outro lado, o governo defende a nova edição do plano. O Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, afirmou que o Plano Safra da Agricultura Familiar, que destina um recorde de R$ 89 bilhões para o Pronaf e outras políticas relacionadas, tem como objetivo reduzir os preços dos alimentos. Teixeira citou reduções nos preços de diversos itens, como arroz (-33%), feijão (-10%), batata inglesa (-46%), banana (-16%) e tomate (-29,77%), atribuindo-as aos investimentos no setor.
Apesar das promessas de redução nos preços dos alimentos e do aumento nominal no valor do Plano Safra, a análise da senadora Tereza Cristina ressalta que, em termos reais e com os juros em elevação, o produtor rural pode enfrentar um cenário de maior dificuldade para o acesso ao crédito e à proteção necessária. As taxas de juros para o Plano Safra 2025/2026 subiram em até 2 pontos percentuais, com o Pronamp, por exemplo, passando de 8% para 10%, reflexo do aumento da taxa Selic, atualmente em 15% ao ano.
O embate entre as promessas governamentais e as críticas de figuras importantes do agronegócio, como a senadora Tereza Cristina, acende um alerta sobre os desafios que o setor agropecuário enfrentará nos próximos anos, exigindo um debate aprofundado sobre as condições de crédito e os mecanismos de apoio aos produtores.