PF aponta tentativa de filha de Desembargador de ocultar origem de R$ 213 mil em espécie

| Créditos: Reprodução/Folha - UOL


Investigada na Operação Última Ratio, a advogada Renata Pimentel tentou quitar um financiamento com R$ 213 mil em espécie, mas foi impedida por uma gerente do Bradesco, que alertou sobre a limitação para pagamentos em dinheiro. A conversa foi extraída do celular de Renata, apreendido pela Polícia Federal em outubro de 2023.

Renata é filha do desembargador Sideni Pimentel, afastado do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) sob suspeita de envolvimento em esquema de venda de decisões judiciais. O diálogo com a gerente e orientações posteriores de seu contador — sugerindo declarar o valor como “empréstimo do sócio para a empresa” — reforçam os indícios de ocultação da origem dos recursos, segundo a PF.

Outro ponto investigado é a compra de uma caminhonete S-10, no valor de R$ 250 mil, em nome de Renata, mas para uso do pai. A entrada foi paga em dinheiro, e a advogada solicitou orientações ao contador para justificar os depósitos. A operação ocorreu durante período de movimentações financeiras suspeitas.

A PF também apura a participação de Renata na liberação judicial da Fazenda Santo Antônio, em Corumbá (MS), que estava bloqueada por dívida de ITCD. Mensagens mostram a advogada atuando na intermediação da venda, com promessa de pagamento de R$ 920 mil, além de imóveis, embora não fosse parte no processo. A decisão favorável partiu de seu pai e dois colegas desembargadores.

As investigações seguem sob relatoria do ministro Cristiano Zanin, do STF, e incluem suspeitas de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude fiscal.

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