A Justiça do Trabalho determinou o afastamento imediato da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações de Mato Grosso do Sul (SINTTEL/MS), atendendo a pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT-MS). A decisão liminar foi concedida no dia 1º de abril, diante de indícios de irregularidades na gestão de recursos da entidade.

De acordo com o MPT, há provas de apropriação indevida de valores por parte do atual presidente, Jefferson Borges Silveira, do ex-presidente Rafael Gonzales e dos diretores Adão Farias Alves e João Batista da Silva. Também foi determinado o bloqueio de bens dos envolvidos e da empresa Arena Garden, vinculada a um dos diretores.

Segundo a juíza Ana Paola Emanuelli Balsanelli, há indícios de que o sindicato recebeu R$ 6,8 milhões oriundos de ação coletiva, mas o valor teria sido repassado a contas pessoais de dirigentes, sem controle institucional ou prestação de contas adequada.

O MPT apontou que cerca de 70% do valor, destinados aos trabalhadores substituídos, não foram pagos ou foram repassados com descontos não justificados, além de orientação para omitir os recebimentos do Fisco. Os 30% restantes, previstos para fortalecer o sindicato, também teriam sido desviados.

A magistrada ainda destacou o prolongado controle da diretoria sobre a entidade, com alternância de cargos ao longo de mais de 20 anos, o que teria favorecido práticas antidemocráticas. O sindicato encontra-se com cadastro inativo junto ao Ministério do Trabalho e Emprego, o que reforça sua ilegitimidade representativa.