Governo defende viabilidade ambiental e prevê leilão da Hidrovia do Paraguai até o fim do ano

| Créditos: Reprodução/Compre Rural


O secretário de Hidrovias do Ministério de Portos e Aeroportos, Dino Antunes Batista, afirmou que o aumento da movimentação de cargas pela Hidrovia do Paraguai ocorrerá independentemente da concessão ou das obras previstas. Segundo ele, o objetivo do governo é melhorar a navegabilidade e a segurança do trajeto fluvial, que deve ser o primeiro a ir a leilão até o fim deste ano.

Durante audiência pública em Corumbá, técnicos do governo esclareceram que o projeto de concessão não prevê derrocamento nos 600 km da hidrovia. A dragagem será pontual, com retirada de 900 mil m³ de areia ao longo de 15 anos, apenas para manutenção. A superintendência da Antaq informou que, dos R$ 74,3 milhões previstos em investimentos pós-concessão, R$ 47 milhões serão destinados à gestão ambiental, incluindo o aumento de réguas fluviométricas de 12 para 50 unidades e implantação de sistemas de gestão de tráfego.

A pesquisadora da Embrapa Pantanal, Débora Calheiros, reconheceu a viabilidade da dragagem durante o período de seca, mas questionou a proposta de navegação contínua ao longo do ano. Ela alertou para a possibilidade de novos períodos de estiagem prolongada, como os registrados na década de 1960.

O superintendente da Antaq, Bruno Pinheiro, garantiu que o pedágio na hidrovia será cobrado apenas de comboios de carga. O estudo de impacto ambiental (EIA-Rima), exigido pelo Ibama, será o próximo passo e deve durar cinco meses, com orçamento de R$ 16,5 milhões.

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