Exército entrará em Gaza com “força total” nos próximos dias, diz Netanyahu
- porCorreio do Povo
- 13 de Maio / 2025
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| Créditos: REUTERS/Ronen Zvulun
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta terça-feira (13) que o Exército do país entrará na Faixa de Gaza "com força total" nos próximos dias.
"Entraremos com toda força total para completar a operação. Completar a operação significa derrotar o Hamas, destruir o Hamas", disse Netanyahu sobre o movimento palestino que governa a Faixa.
"Não haverá nenhuma situação em que interromperemos a guerra. Um cessar-fogo temporário pode acontecer, mas iremos até o fim", completou.
Israel bombardeia hospital
Nesta terça, o Exército israelense anunciou que bombardeou um hospital na Faixa de Gaza supostamente utilizado pelo movimento islamista Hamas para "atividades terroristas" e o movimento islamista palestino informou a morte de um jornalista que estava internado.
O ataque põe fim à pausa nos combates respeitada por ocasião da libertação do refém americano-israelense Edan Alexander, mantido em cativeiro no território palestino desde outubro de 2023.
O Ministério da Saúde de Gaza, território palestino governado pelo Hamas, relatou duas mortes e vários feridos no bombardeio em Khan Yunis, no sul do território.
"O Exército israelense bombardeou o serviço de cirurgia do hospital Naser em Khan Yunis na madrugada de terça-feira e matou o jornalista Hasan Aslih, que trabalhava para várias organizações locais e árabes, além de várias agências", declarou à AFP o porta-voz da Defesa Civil em Gaza, Mahmud Bassal.
O porta-voz informou que Aslih era diretor do Alam24 e estava internado desde que havia sido ferido em um bombardeio em abril que teve como alvo uma tenda utilizada por repórteres.
O Exército israelense afirmou que o bombardeio em abril teve como alvo Aslih, acusado de ser um operador do Hamas que usava como cobertura o fato de ser jornalista.
Israel acusou Aslih de ter "se infiltrado em território israelense e participado do massacre assassino" de 7 de outubro de 2023.
O Comitê para a Proteção dos Jornalistas condenou o ataque de abril.
As imagens da AFP mostram fumaça saindo do hospital Naser e equipes de resgate inspecionando os escombros no meio da noite.
"Os ataques não distinguem entre civis e combatentes", lamentou Abu Ghaly, funcionário do hospital. "Este é um hospital civil que recebe feridos continuamente, 24 horas por dia", acrescentou.
Libertação de refém
O ataque ocorreu depois de uma suspensão dos bombardeios nesta segunda-feira, quando o Hamas libertou Edan Alexander, o último refém de nacionalidade americana ainda mantido em Gaza.
Alexander foi sequestrado em uma base do Exército no sul de Israel durante o ataque sem precedentes do Hamas de 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra.
Essa ação provocou a morte de 1.218 pessoas do lado israelense, a maioria civis, segundo um levantamento da AFP feito com base em dados oficiais de Israel.
Por sua vez, a ofensiva de represália israelense contra o território palestino governado pelo Hamas causou pelo menos 52.862 mortes em Gaza, também civis em sua maioria, segundo os dados publicados no domingo pelo Ministério da Saúde de Gaza, considerados confiáveis pela ONU.