Escândalo político em Ribas do Rio Pardo: Vereadores são denunciados por esquema de corrupção
- porRedação
- 07 de Fevereiro / 2024
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Câmara de Ribas do Rio Pardo | Créditos: Divulgação
Em um desdobramento chocante para a cidade de Ribas do Rio Pardo, situada a 97 quilômetros da capital Campo Grande, nove vereadores foram acusados de integrar uma organização criminosa. As acusações surgiram após a deflagração da Operação Tangentopoli, em agosto de 2023, com a formalização da denúncia ocorrida em 18 de dezembro do mesmo ano.
As investigações conduzidas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) tiveram início a partir de interceptações telefônicas que revelaram diálogos comprometedores entre os acusados. Uma análise minuciosa dos registros no celular de Marcos Gomes da Silva Junior, conhecido como Tomatinho, revelou manobras políticas dentro da Câmara de Vereadores de Ribas do Rio Pardo.
Uma das conversas destacadas no processo é entre Tomatinho e Braulio de Pinna Frazeto, funcionário da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania. Tomatinho, que concorreu a vereador em 2020 pelo PSD, ficou alinhado com Álvaro Andrade dos Santos, também do PSD, conhecido como Nego da Borracharia.
Em uma sessão na Câmara realizada em 7 de março de 2023, foi votada a abertura de um procedimento para a cassação do mandato de Álvaro. Em trechos da conversa, Tomatinho expressa a intenção de buscar influências políticas para favorecer o prefeito de Ribas do Rio Pardo. Esses diálogos indicaram uma trama para manipular o destino político do município.
Além dessas revelações, as investigações também apontaram para a prática de cobrança de mensalidades por parte dos vereadores, evitando a cassação do mandato do prefeito João Alfredo Danieze, do Psol. O vice-presidente da Câmara, Sidinei Fontebasse Ferreira, conhecido como Cascãozinho do PSC, teria solicitado o pagamento mensal de R$ 3 mil entre agosto e setembro de 2021.
Os documentos revelam ainda uma série de tramas e articulações entre os vereadores para obter vantagens indevidas, interferindo no funcionamento legítimo das instituições democráticas. A investigação concluiu com a denúncia de nove vereadores e outras figuras públicas, incluindo o ex-prefeito José Domingues Ramos, conhecido como Zé Cabelo.
As acusações variam de associação criminosa até corrupção ativa e passiva, representando um abalo significativo para a estabilidade política da região. Além disso, os documentos destacam a fragilidade das instituições locais diante das manobras manipulativas dos legisladores.
O prefeito Danieze, ao ser contatado para comentar o assunto, afirmou que o processo está em segredo de Justiça, limitando-se a dizer que não pode se manifestar sobre o assunto. Já o presidente da Câmara, Luiz do Sindicato, não respondeu aos contatos realizados via WhatsApp até o momento desta publicação. O espaço permanece aberto para manifestações posteriores.