Empresário morre em cela após acidente e família acusa negligência policial
- porRedação
- 03 de Maio / 2025
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| Créditos: Foto: Reprodução/Campo Grande News
O arquiteto aposentado e empresário Antônio Cesar Trombini, de 60 anos, morreu dentro de uma cela na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac Cepol), em Campo Grande, na madrugada desta sexta-feira (2). Ele havia sido preso após se envolver em um acidente de trânsito na noite anterior, acusado de dirigir sob efeito de álcool.
Segundo o boletim de ocorrência, Trombini conduzia uma caminhonete Volkswagen Amarok quando colidiu com um Hyundai Creta na Rua Arthur Jorge. A passageira do outro veículo teve um corte leve na cabeça, enquanto o motorista saiu ileso.
O filho da passageira, que é policial civil, compareceu ao local e deu voz de prisão ao empresário. O teste do bafômetro indicou 0,9 mg/L de álcool no sangue — índice considerado crime de trânsito.
Detenção e agravamento do quadro de saúde
Na delegacia, Trombini relatou ser hipertenso e usuário de medicamentos controlados. Ele recebeu os remédios que levava consigo, mas a família afirma que não houve monitoramento adequado de seu estado de saúde.
A audiência de custódia estava prevista para ocorrer na sexta-feira (2), mas ele morreu antes de ser apresentado à Justiça. A causa oficial do óbito ainda não foi divulgada pelo Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol), mas parentes afirmam que o atestado de óbito aponta traumatismo craniano.
Família questiona conduta policial
A ex-esposa do empresário, Sandra Roncatti, alega que houve negligência no atendimento desde o acidente. Segundo ela, Antônio teria batido a cabeça durante a colisão e deveria ter sido socorrido ainda no local. “O bombeiro não pôde socorrer, o policial já colocou ele na viatura e levou direto para o Cepol. Na delegacia, ninguém deixou o irmão dele entrar, mesmo sendo médico”, relatou.
Ela também afirmou que o parecer do Ministério Público recomendando a soltura do empresário já havia sido emitido, mas não houve tempo para que a liberação fosse concretizada. “A filha dele passou a madrugada tentando conseguir a soltura. Já havia laudo médico sobre as comorbidades. Quando finalmente foram liberá-lo, ele já tinha morrido”, disse.
Investigação interna
A família também questiona a conduta do policial que deu voz de prisão, alegando que ele recolheu pertences da caminhonete sem mandado judicial.
A Polícia Civil informou que o caso está sendo apurado pela Corregedoria-Geral. Um agente identificado pela família como o responsável por impedir o atendimento médico está sendo investigado.
Velório
O velório de Antônio Trombini está previsto para este sábado (3), com horário e local ainda a confirmar. Ele era proprietário de um restaurante na Rua 14 de Julho e era conhecido no setor empresarial de Campo Grande.
Com informações do Campo Grande News
| Créditos: Foto: Reprodução/Campo Grande News