Três delegadas, incluindo a titular, foram removidas da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Campo Grande, conforme publicação no Diário Oficial desta terça-feira (27). A medida ocorre após o caso da jornalista Vanessa Ricarte, assassinada pelo ex-noivo em fevereiro, e a apuração do atendimento prestado a ela pela delegacia.

Das delegadas que atenderam diretamente Vanessa Ricarte, Riccelly Maria Albuquerque Donha foi removida sem solicitação prévia. Lucelia Constantino de Oliveira pediu a remoção. Ambas atuarão em Delegacias de Pronto Atendimento Comunitário (Depacs) da capital. A ex-titular da Deam, Elaine Cristina Ishiki Benicasa, também foi removida a pedido e irá para a Delegacia Geral da Polícia Civil.

Para a Deam, foram designadas Cynthia Karoline Bezerra Gomes Tapias e Lais Mendonça Alves, ambas vindas das Depacs. Segundo a Polícia Civil, as mudanças visam o interesse público e a adequação dos trabalhos.

O secretário de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, afirmou que as remoções atendem a um apelo emocional e visam "oxigenar" a Deam após a apuração da Corregedoria, que não identificou desrespeito aos protocolos no atendimento à jornalista. A decisão final da Corregedoria ainda não foi publicada.

Áudios de Vanessa Ricarte divulgados após sua morte geraram comoção e questionamentos sobre o atendimento da delegacia. O Governo do Mato Grosso do Sul admitiu falhas e anunciou mudanças na gestão da Casa da Mulher Brasileira e a reformulação de protocolos de atendimento. O governador Eduardo Riedel informou que o nome do coordenador para a gestão compartilhada da Casa da Mulher será anunciado nos próximos dias.

Com as mudanças, a Deam mantém 11 delegadas em seu quadro, mas permanece sem um titular nomeado no momento.