Conselheiro do TCE-MT busca aumento de R$ 50 mil no salário apesar de afastamento
- porRedação
- 19 de Julho / 2024
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Conselheiro afastado do TCE-MS Ronaldo Chadid | Créditos: Reprodução/O Jacaré
O conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS), Ronaldo Chadid, entrou com uma ação judicial buscando um aumento de aproximadamente R$ 50 mil em seu salário mensal. Chadid, que está afastado do cargo há mais de um ano, viu sua remuneração reduzir de cerca de R$ 80 mil para R$ 30 mil.
A defesa de Chadid, representada pelo advogado Fábio de Melo Ferraz, alegou na ação que o conselheiro enfrenta dificuldades financeiras para sustentar sua família, que inclui esposa, cinco filhos (dois cursando faculdade em outro estado) e três netos. Ferraz argumenta que a redução salarial é indevida, afirmando que a suspensão do exercício da função pública não deve impactar a remuneração do servidor até que haja uma decisão final no processo judicial.
Chadid havia tentado reverter a suspensão das gratificações no TCE, mas a solicitação foi negada pelo conselheiro Jerson Domingos. Apesar do afastamento e da utilização de tornozeleira eletrônica, os conselheiros afastados ainda recebem salários, embora inferiores aos de conselheiros ativos, que podem alcançar até R$ 100 mil.
De acordo com o portal da transparência do TCE, em dezembro do ano passado, os conselheiros Waldir Neves, Iran Coelho e Ronaldo Chadid receberam, respectivamente, R$ 31 mil, R$ 33,8 mil e R$ 35,3 mil líquidos. Esses valores são significativamente menores do que os salários registrados em julho de 2022, quando Chadid, por exemplo, recebeu R$ 88 mil em remunerações habituais e adicionais.
As investigações da Polícia Federal revelam que Chadid está envolvido em um esquema de contratação fraudulenta, onde foram apreendidos R$ 889.660,00 em dinheiro em sua residência e R$ 729.600,00 no apartamento de sua assessora, Thais Xavier. Chadid também efetuou pagamentos em espécie superiores a R$ 360 mil, incluindo aquisição de imóvel e automóvel.
A Operação Mineração de Ouro expôs que Chadid, além de encontros com outros investigados e servidores, mantinha contatos com secretários estaduais para tratar de assuntos de interesse pessoal.
Iran Coelho, então presidente do TCE, é acusado de manter contratos com a empresa DATAEASY CONSULTORIA E INFORMÁTICA LTDA, mesmo diante de indícios de irregularidades. Waldir Neves é acusado de utilizar funcionários da empresa para questões pessoais e de ter ciência da cobrança de vantagens indevidas por seus assessores.
As investigações continuam, apontando para um possível desvio de recursos e enriquecimento ilícito dos conselheiros envolvidos.