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Já notaram como Campo Grande vira um cenário de filme pós-apocalíptico em feriados prolongados? Ruas vazias, comércio fechado, um silêncio que mais parece deserto do que capital. O Bioparque Pantanal — ou "Aquário", como muitos insistem em chamar — até tenta segurar a onda, mas convenhamos: ninguém visita um aquário todo mês. Aí, quando o sinal fecha, a cidade esvazia. Uns rumam para Ponta Porã em busca de muambas, outros para Bonito ou Corumbá, em busca de natureza e pescaria. E nós, aqui, viramos um "fazendão iluminado", com direito a vento assoviando no ouvido.
Não me entendam mal: temos eventos como os festivais nos Altos da Afonso Pena, mas convenhamos, são eventos que, na prática, só mobilizam os próprios moradores. Não atraem multidões de fora, não movimentam o comércio como deveriam, e no fim, ficamos tocando berrante para mosca.
Confesso que já perdi as contas de quantas vezes comentei com amigos — e até alguns políticos — que Campo Grande precisa de um algo mais. Algo que não seja só para turista ver, mas que também nos faça, moradores, sentir orgulho e vontade de ficar. Por que não um parque aquático? Um parque temático que celebre nossa cultura pantaneira e indígena? Algo que dê palco para nossos artistas, que tanto talento têm e tão pouco espaço conseguem.
Completamente oportuno, a Rota Bioceânica está aí, trazendo empresas, investimentos, olhares de quem nem sabia que MS existia no mapa. Será que não é a hora de a prefeita Adriane Lopes e o governador Eduardo Riedel abrirem essa conversa? Buscar parcerias, incentivos, projetos que transformem a cidade não só num ponto de passagem, mas num destino.
Reconheço que ainda não aprofundei essa discussão diretamente com a prefeita Adriane Lopes ou com o governador Eduardo Riedel. No entanto, acredito firmemente que ambos têm a capacidade de buscar investimentos federais e até mesmo privados para concretizar projetos dessa magnitude. A realidade da "Rota Bioceânica" é um fator crucial aqui, com grandes empresas já estabelecidas em nosso estado que frequentemente investem em empreendimentos desse tipo.
Nossos vereadores e deputados podem e devem contribuir nessa pauta. Que esse tema entre, no radar de quem tem o poder de fazer acontecer!
Talvez eu já tenha me estendido demais, mas é um tema que me inquieta. Nossos governantes poderiam, refletir sobre o assunto. Campo Grande, essa maravilhosa capital, tem o potencial de ir muito além de ser apenas um trecho de passagem para o Pantanal. Ela pode se tornar um vibrante centro de lazer e cultura, onde seus moradores e visitantes encontrem muito mais do que moscas para espantar.
Enquanto isso, seguimos na mesmice. Nos feriados, a cidade dorme. E quando acorda, não tem muito além do sol a pino e do vento soprando as folhas secas pelo chão.
Campo Grande merece mais. Nós merecemos mais. Diversão e alegria cura a alma!
Basta de ser só a capital do "já vou indo".
Por Alcina Reis
| Créditos: Arquivo pessoal/Alcina Reis