O Estudo de Impacto Ambiental (EIA-Rima) elaborado pela Bracell para a instalação de uma nova fábrica de celulose em Bataguassu, município de Mato Grosso do Sul na divisa com São Paulo, aponta preocupação com o atropelamento de animais silvestres nas rodovias da região.

A empresa prevê investir R$ 16 bilhões na construção da unidade, que contará com duas linhas de produção e capacidade total de 5,5 milhões de toneladas ao ano. A previsão é que a obra seja concluída em três anos, empregando até 12 mil trabalhadores no pico da construção. A empresa planeja dois alojamentos com capacidade total para 10 mil pessoas.

O relatório identifica como Área Diretamente Afetada (ADA) o espaço dentro da propriedade da empresa, onde ocorrerão as principais mudanças ambientais. A Área de Influência Direta (AID) corresponde ao município de Bataguassu, enquanto a Área de Influência Indireta (AII) abrange a Bacia Hidrográfica do Rio Pardo.

Durante a fase de implantação, está prevista a perda de vegetação e habitat, o que pode afugentar a fauna. A Bracell afirma, no entanto, que a fauna tende a retornar após o início da operação, como observado em outros empreendimentos semelhantes.

O aumento do tráfego de caminhões pesados é apontado como fator de risco para atropelamentos de animais. Para mitigar esse impacto, a empresa propõe o “Programa de Mitigação das Interferências no Tráfego”, com medidas como sinalização adequada, capacitação de motoristas e manutenção das vias.

Também será implementado o “Programa de Monitoramento da Fauna Terrestre”, que acompanhará mamíferos, aves e répteis na área de influência da fábrica.

De acordo com o Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS), cerca de 2,3 mil animais foram atropelados em 2024 nos biomas Cerrado e Pantanal. Especialistas ressaltam que a perda de habitat natural contribui para esse tipo de incidente.