A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), tomou a decisão de exonerar um funcionário acusado de assédio sexual nas dependências do Paço Municipal. Três adolescentes vinculadas ao Instituto Mirim reportaram os incidentes, sendo que apenas uma delas formalizou queixa na delegacia.

A jovem, de 16 anos, relatou ao Campo Grande News que foi alvo de perseguição dentro do edifício e teve que fugir. Segundo seu depoimento, na última terça-feira, enquanto ela enchia sua garrafa d'água, o acusado a abordou por trás e tentou beijá-la no rosto à força. "Fiquei sem reação", afirmou.

Após o incidente, a adolescente, assustada, decidiu procurar as psicólogas do Instituto Mirim na quarta-feira e compartilhou o ocorrido. Encorajada pelas profissionais, dirigiu-se à delegacia. "É importante que falemos, nos sintamos à vontade, não nos calemos", disse.

De acordo com seu relato, outras duas adolescentes também afirmaram terem sido assediadas pelo mesmo servidor, porém, ainda relutam em contatar a polícia. "[Elas] estão com medo", declarou.

A mãe da adolescente, de 33 anos, expressou desespero ao tomar conhecimento da situação. "Minha reação foi uma das piores. Foi a psicóloga que me informou. É uma sensação de impunidade", lamentou. Ela também afirmou que sua filha teme retornar ao trabalho.

Mãe e filha compareceram nesta manhã à DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) para registrar um boletim de ocorrência contra o suspeito.

Em comunicado, a prefeitura declarou ter ciência do caso e anunciou a exoneração do indivíduo no Diário Oficial desta quinta-feira. "A Prefeitura de Campo Grande repudia veementemente qualquer tipo de assédio ou violência praticada contra mulheres, crianças ou adolescentes", afirmou o documento.