Uma investigação do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) está em curso em relação a uma fazenda pertencente a Roberto José Faé, empresário e vice-presidente regional da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul). O inquérito, divulgado no Diário Oficial do MP desta terça-feira (7), busca esclarecer possíveis irregularidades relacionadas ao desmatamento de 426,3719 hectares na Fazenda Campo Alegre – Gleba F, localizada em Corumbá, a 425 km de Campo Grande.

A multa aplicada pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), no valor de R$ 427 mil, foi emitida em 7 de julho de 2023, após análises de imagens de satélite indicarem a supressão vegetal em quase 427 hectares.

Além da sanção financeira, Faé recebeu notificação para regularizar ambientalmente a área desmatada e efetuar o pagamento correspondente à reposição florestal e compensação ambiental.

Faé, que também é agropecuarista em Corumbá, possui participações em empresas do ramo têxtil com unidades em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Santa Catarina. Em 2022, foi agraciado com a Ordem do Mérito – Oficial pelo Governo de Mato Grosso do Sul, e em 2023 recebeu o título de cidadão corumbaense.

O advogado de Faé questiona a data precisa do desmatamento, citando uma lacuna na informação fornecida pelo Laudo de Constatação N° 016626/2023, que sugere a ocorrência da ação após 22 de julho de 2008. Argumenta ainda que o uso isolado de imagens de satélite não é suficiente para justificar a aplicação de multas.

Outra questão levantada pela defesa, com base em imagens de satélite apresentadas, é que a área em questão já era antropizada desde a década de 1980 e posteriormente destinada a atividades agrossilvopastoris. Nesse sentido, busca-se a anulação do laudo e da multa, argumentando que se tratava de limpeza de pastagem em uma área já alterada pelo homem, não configurando desmatamento.

Com informações do Midiamax