A superlotação e a falta de materiais essenciais para tratamento levaram a Santa Casa de Campo Grande a encaminhar pacientes para outras unidades de saúde da cidade. A regulação tem atuado para redirecionar pacientes que procurariam o hospital devido ao colapso na unidade.

A escassez de materiais impacta diretamente a realização de cirurgias, o que, segundo relatos, pode colocar em risco a vida de pacientes internados. Em nota, a Santa Casa afirmou que "tem buscado manter o atendimento em níveis aceitáveis", mas reconheceu que a falta de insumos tem inviabilizado essa manutenção.

A área de ortopedia é uma das mais afetadas, com a falta de materiais prejudicando o tratamento de fraturas, traumas e fraturas expostas. A instituição alertou para o "risco significativo de agravamento" do quadro de saúde dos pacientes caso não recebam o tratamento adequado.

Na última terça-feira (25), a situação se agravou, com o setor de urgência e emergência operando acima de sua capacidade, registrando mais de 80 pacientes para 13 leitos. A crise culminou no registro de um boletim de ocorrência pela diretoria da Santa Casa, que descreveu a situação como "caótica" devido à falta de insumos e próteses ortopédicas para cirurgias de emergência.

O hospital informou à polícia que não há nenhum material ortopédico disponível para procedimentos urgentes. A falta de insumos, que se arrasta por semanas, é atribuída a problemas no pagamento de fornecedores, decorrentes de um déficit mensal. A Santa Casa ingressou com um pedido judicial de tutela de urgência para o repasse de R$ 46 milhões, buscando amenizar a crise.