Solidariedade e PRD formalizam federação partidária

Representantes dos partidos divulgaram a federação | Créditos: Marina Ramos/Câmara dos Deputados Fonte: Agência Câmara de Notícias


federação partidária entre Solidariedade e PRD foi oficializada nesta quarta-feira (25), em evento no Salão Verde da Câmara dos Deputados, em Brasília.

A união visa garantir a sobrevivência política das duas siglas diante do endurecimento da cláusula de desempenho para as eleições de 2026.

O principal objetivo da federação é alcançar o percentual mínimo de 2,5% dos votos válidos para a Câmara dos Deputados, distribuídos em ao menos um terço dos estados com 1,5% dos votos válidos em cada um, ou eleger pelo menos 13 deputados federais em um terço das unidades da federação.

O cumprimento desses critérios assegura acesso ao fundo partidário e ao tempo de propaganda gratuita.

Com 10 deputados federais — cinco de cada legenda — e 138 prefeitos eleitos em 2024, a nova federação também conta com um governador: Clécio Luís, do Amapá, filiado ao Solidariedade.

A presidência será exercida por Ovasco Resende, dirigente nacional do PRD e ex-presidente do Patriota.

O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), presidente nacional do partido, liderou as articulações. Crítico ao governo federal, tem defendido o apoio a uma CPI sobre fraudes no INSS.

Marcos Vinícius Neskau (PRD), ex-deputado estadual do Rio de Janeiro, também participa da condução da nova federação, que adotou perfil oposicionista.

A vice-presidente nacional do Solidariedade, Marília Arraes, mencionou a possibilidade de atrair outras siglas, como o PSDB. No entanto, divergências regionais, como em Goiás, dificultam negociações.

Apesar de ter integrado a coligação que apoiou Lula (PT) em 2022, o Solidariedade se distanciou do governo no início de 2025. Paulinho da Força declarou que o partido "já atua contra o governo" na Câmara.

O PRD, por sua vez, resultou da fusão entre PTB e Patriota, legendas que não superaram a cláusula de barreira em 2022 e historicamente estiveram alinhadas a Jair Bolsonaro (PL).

Apoio a Caiado

A federação também discute apoiar a pré-candidatura de Ronaldo Caiado (União Brasil) à Presidência. Paulinho da Força esteve presente no lançamento simbólico da candidatura em evento realizado na Bahia, em abril deste ano. A federação afirma que não apoiará nem Lula nem Bolsonaro em 2026.

Ao contrário das coligações eleitorais, extintas em 2017, as federações partidárias exigem atuação conjunta por no mínimo quatro anos, com estatuto, programa e direção compartilhados.

A documentação da nova federação será enviada ao Tribunal Superior Eleitoral para registro oficial.

O movimento se insere num cenário mais amplo de reconfiguração partidária. Em 2025, outras legendas, como União Brasil e PP, também anunciaram federação.

MDB e Republicanos mantêm negociações semelhantes. A expectativa é de que o número de bancadas na Câmara atinja o menor patamar desde 1986.

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