PF prende bicampeão de Fórmula Truck e dois policiais civis de São Paulo por suspeita de corrupção

O piloto Roberval Andrade, suspeito de crime de corrupção | Créditos: Reprodução/Instagram @robervalandrade15


A Polícia Federal prendeu na manhã desta quarta-feira (25) o bicampeão da Copa de Fórmula Truck Roberval Andrade e outros dois policiais civis que atuariam para acobertar o piloto em investigações na Polícia Civil de São Paulo.

Roberval é investigado pela PF pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção. Segundo fontes na corporação, os policiais Sérgio Ribeiro, do Departamento Estadual de Investigações sobre Entorpecentes (Denarc), e Marcelo Marques de Souza, conhecido como Bombom, do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap), cobrariam propina para atrapalhar e vazar informações de investigações da Polícia Civil do estado sobre atuação criminosa de Roberval na Fórmula Truck.

Foram apreendidos R$ 13 mil, na casa do advogado de Roberval, Anderson Santos, além de US$ 25 mil na casa do piloto e R$ 51 mil no escritório dele.

O piloto teria pago R$ 700 mil em propina para Bombom em troca de recuperar um helicóptero apreendido pela Justiça. O valor foi apreendido com policial, que havia sido preso na primeira fase da operação.

Os policiais teriam falsificado documentos para alegar que a aeronave pertenceria a uma empresa e, assim, enganar a Justiça. A aeronave, avaliada em alto valor não revelado, foi bloqueada pela Justiça junto a outros bens e recursos que podem somar R$ 12 milhões.

Roberval era piloto e ficou famoso quando venceu a Fórmula Truck nos anos de 2002 e 2010, e a Copa Truck, em 2018.

A Operação Augusta visa desarticular um esquema de corrupção e vazamento de informações sigilosas envolvendo agentes públicos e particulares e apura suspeita de envolvimento do grupo com o caso Gritzbach, o empresário que lavava dinheiro para o PCC e virou delator contra a facção.

A ação é realizada em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado de São Paulo, e conta com o apoio da Polícia Militar e da Corregedoria da Polícia Civil do Estado de São Paulo.

Os investigados poderão responder por crimes como corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional, quebra de sigilo bancário e advocacia administrativa. As investigações seguem em andamento sob sigilo.

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