O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), alvo de investigações da Polícia Federal (PF) por suspeita de envolvimento em um esquema de descontos indevidos sobre aposentadorias do INSS, teve um aumento significativo em seu faturamento, que saltou de R$ 41 milhões para R$ 149 milhões entre 2021 e 2023, conforme auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU).

O Sindnapi, que mantém um acordo de cooperação com o INSS permitindo o desconto direto em aposentadorias para mensalidades associativas, registrou uma expansão de seus filiados, de 170 mil para 420 mil entre 2021 e 2023. Entretanto, investigações da Controladoria-Geral da União (CGU) revelaram que muitos aposentados afirmaram não ter se associado ao sindicato, apesar dos descontos.

Em processos judiciais, o sindicato tem apresentado filiações documentadas, mas advogados alegam que aposentados são induzidos a se filiar ao buscar crédito consignado, oferecido por uma cooperativa vinculada ao Sindnapi. O TCU identificou que muitas das novas filiações coincidem com a assinatura de contratos de empréstimo consignado, levantando suspeitas de venda casada.

O Sindnapi é comandado desde 2021 por Milton Cavalo, filiado ao PDT. Cavalo defende que a filiação aos seus quadros é voluntária e legítima, e questiona a abordagem da CGU que, segundo ele, teria influenciado depoimentos negativos de associados. Ele também afirmou que o sindicato apoia as investigações da PF, que deflagrou recentemente uma operação contra entidades suspeitas de aplicar descontos indevidos em aposentadorias.

Fonte: Metrópoles