“Se tiver nova Cracolândia, nós vamos atuar”, diz promotor que combate PCC

O fluxo praticamente desapareceu na região | Créditos: CNN


Em entrevista à CNN, o promotor de justiça Lincoln Gakiya, abordou o recente “esvaziamento” da Cracolândia em São Paulo e as estratégias para lidar com possíveis desdobramentos da situação. Gakiya enfatizou que as autoridades estão preparadas para agir caso haja uma nova concentração de dependentes químicos em outras áreas.

Segundo o promotor, a operação iniciada em agosto de 2024 não tem data para terminar. “É o dia de início da operação, ela não tem data para terminar. E aí cada instituição tem que fazer o seu papel”, afirmou Gakiya. Ele ressaltou que o Ministério Público instaurou um procedimento de acompanhamento administrativo para monitorar a evolução das medidas implementadas, incluindo o fluxo de usuários de drogas.

Abordagem multiagências

Gakiya destacou a importância da colaboração entre diferentes órgãos no combate ao problema. “O modelo principal de atuação que eu quero destacar é a operação multiagência com várias instituições”, explicou. Ele argumentou que ações isoladas do governo, da prefeitura, das polícias ou do próprio Ministério Público ocorrem frequentemente, mas têm eficácia limitada.

O promotor enfatizou que a sinergia entre as instituições foi fundamental para o sucesso da operação atual. “Quando há, e como houve nessa operação, uma sinergia, uma comunhão de vontades entre o Ministério Público, o próprio Governo do Estado, a prefeitura entrou na parte final, mas também com muito apoio. Aí facilita muito”, declarou.

Perspectivas futuras

Gakiya alertou que, caso o fluxo de dependentes químicos se desloque para outras regiões, a intenção é expandir a operação. “Se esse fluxo de adictos se movimentar para outra região, se houver instalação de outra cracolândia, a ideia também do Ministério Público é exportar essa operação que fizemos para outras regiões do Estado, inclusive para outras cidades”, afirmou.

O promotor reconheceu que o problema do uso de drogas é complexo e de difícil resolução, sendo uma questão de saúde pública. No entanto, ele ressaltou que a concentração de usuários em um único local era facilitada pelo que chamou de “ecossistema criminoso“. A operação visa, portanto, não apenas combater o tráfico, mas também romper essa dinâmica que permitia a formação de grandes aglomerações de usuários.

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