A Santa Casa de Corumbá, sob intervenção municipal desde 2010, anunciou a demissão de cerca de 100 funcionários como parte de um plano de reestruturação administrativa e financeira. A medida visa ajustar os serviços prestados à população e cortar gastos, segundo comunicado divulgado pela nova junta interventora.

Crise financeira e superlotação de pessoal

A situação crítica do hospital já havia sido alertada pelo prefeito Gabriel Alves de Oliveira, que identificou superlotação de pessoal, funcionários sem qualificação em cargos técnicos e desvio de funções. A gestão anterior, liderada pelo ex-prefeito Marcelo Iunes, é apontada como responsável pelo aumento do quadro de funcionários de 300 para 525 desde 2020, sem que houvesse aumento na taxa de ocupação do hospital.

Acordo para construção de hospital regional

Em fevereiro, o governo estadual e a prefeitura de Corumbá firmaram um acordo com o Ministério Público Estadual para a construção de um hospital regional na cidade, pondo fim a uma ação civil pública que se arrastava desde 2018. O acordo prevê repasses mensais do Fundo Estadual de Saúde no valor de R$ 1,445 milhão, além dos recursos já destinados pela prefeitura e pelo SUS, totalizando R$ 3,9 milhões. No entanto, o hospital opera com déficit mensal de R$ 800 mil.

Medidas de reestruturação e auditoria

A nova junta interventora, presidida pelo médico Rafael Vinagre Faro, não detalhou as medidas a serem tomadas, mas informou que os ajustes estão em conformidade com as legislações da vigilância sanitária, do Coren e de outras entidades reguladoras. Uma auditoria está em andamento para diagnosticar a situação da Santa Casa, que já identificou o pagamento de gratificações sem justificativa, além do aumento excessivo de funcionários. O diretor administrativo, Marcelo Munhoz, ressaltou a necessidade de gerir o dinheiro público com responsabilidade e priorizar o serviço prestado à população.