A Rumo, principal operadora ferroviária do Brasil, colocou em operação no primeiro trimestre de 2025 trens com 135 vagões na rota que liga Mato Grosso do Sul ao Porto de Santos. A ferrovia transporta toneladas de grãos, com destaque para o terminal de Chapadão do Sul, que passou por ampliação para aumentar o escoamento de soja e milho.

A infraestrutura faz parte da Ferronorte, integrada à Malha Paulista, facilitando o transporte de safras do Norte de MS, Goiás e regiões vizinhas. A iniciativa reduziu custos logísticos e aumentou a eficiência, com cada trem transportando mais de 17 mil toneladas – um aumento de 1,2 mil toneladas por composição.

Malha Oeste gera disputa
Enquanto a operação em Chapadão do Sul avança, a Malha Oeste, também concedida à Rumo, enfrenta questionamentos. Dos 1.973,1 km em MS, grande parte está inoperante. A empresa propôs manter apenas 300 km (entre Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas) e investir em novos trechos, como Corumbá, para transporte de minério e celulose.

O Tribunal de Contas da União (TCU) rejeitou a proposta, alegando falta de amparo legal no contrato de 1996. O ministro Aroldo Cedraz considerou a mudança uma "remodelação radical", exigindo novo edital de concessão. O governador Eduardo Riedel (PSDB) defendeu a repactuação, citando como exemplo a BR-163, mas o TCU manteve a decisão.

Ganhos operacionais
Na Malha Paulista, os trens de 135 vagões já operam com resultados positivos: reduziram o tempo de viagem em uma hora e substituíram até 530 caminhões por dia. Em fevereiro, cerca de 3 milhões de toneladas de grãos foram transportadas. A Rumo investiu R$ 350 milhões em infraestrutura e estudos técnicos para viabilizar a expansão.

Enquanto a empresa consolida sua presença em algumas rotas, o futuro da Malha Oeste depende de uma nova licitação, seguindo as determinações do TCU.