“Ordem e Progresso ou Lambança e Regresso?”


"Legal, mas imoral"

Enquanto o país debate cortes de gastos públicos, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) apresenta um projeto para permitir que políticos acumulem aposentadoria de ex-deputados com salários de novos mandatos. Ou seja: além de já ganharem fortunas em cargos públicos, querem sugar ainda mais o erário.

Se política já fosse sinônimo de enriquecimento ilícito, agora virou também "carreira com aposentadoria garantida". Enquanto o cidadão comum se vira com um INSS falido, a elite política assegura seus privilégios. E o pior? Quem deveria fiscalizar vai votar a favor, porque quem recusaria uma mamata dessas?


"No Brasil, o crime é oficializado na cara dura"

A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao STF que pare todos os processos contra o INSS por descontos indevidos de aposentados. A justificativa? "Evitar insegurança jurídica" e "garantir a sustentabilidade da Previdência".

Traduzindo: "Se o Estado roubou, que roube em paz". Em vez de corrigir os erros e indenizar quem foi lesado, a solução é simplesmente ignorar a lei. O brasileiro já está acostumado a ser passado para trás, mas a ousadia de oficializar a injustiça é de deixar qualquer um de queixo caído.


"E quando você pensa que o tráfico já ultrapassou todos os limites..."

Traficantes usaram um drone para jogar drogas no Aeroporto de Guarulhos, interrompendo 21 voos e causando caos. A criatividade do crime supera a eficiência do combate a ele.

Enquanto o poder público se perde em burocracias e leis que não pegam, o crime se moderniza. Se dependesse de eficiência, o tráfico já teria dominado o país de vez. O Brasil vive nesse paradoxo: o que é ilegal avança, e o que deveria funcionar regride.


 "Ordem e Progresso" ou só fachada?

Enquanto políticos ampliam seus privilégios, o Estado sonega direitos básicos e o crime se sofistica, fica claro que o lema da bandeira é só uma piada. 

O Brasil não está seguindo para o progresso – está afundando na lambança e no regresso. 

E o pior? Quem paga a conta somos nós, os trouxas de sempre.

Se possível, um bom feriado!

Por Alcina Reis

 

Jornalista Alcina Reis | Créditos: Arquivo pessoal

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