Dados da Transparência Pública revelam que procuradores de Justiça de Mato Grosso do Sul receberam salários muito acima do teto constitucional de R$ 46.366,19 no primeiro quadrimestre de 2025. A média dos 10 maiores vencimentos do Ministério Público Estadual (MPMS) foi de R$ 126,7 mil por mês, o que representa 173% acima do limite legal.

Esses valores foram impulsionados por verbas indenizatórias, conhecidas como “penduricalhos”. A média geral mensal entre os procuradores chegou a R$ 112,5 mil, número 7.345,9% superior ao salário mínimo e 3.311,6% acima da média salarial do estado, estimada em R$ 3.300 pelo IBGE.

Entre os maiores salários, o procurador Silvio Cesar Maluf liderou com R$ 531,8 mil recebidos no quadrimestre. Outros nomes, como Olavo Monteiro Mascarenhas e João Albino Cardoso Filho, também superaram R$ 517 mil no período.

As áreas de atuação mais onerosas foram as Procuradorias Criminais, com 23 unidades que somaram mais de R$ 10 milhões em gastos salariais, seguidas pelas Cíveis e de Interesses Difusos e Coletivos, com R$ 425 milhões e R$ 224 milhões, respectivamente.

A análise por gênero mostrou que, embora haja mais homens nos cargos de chefia, as procuradoras tiveram média salarial 3,91% superior.

Em dezembro de 2024, representantes do MPMS atuaram em Brasília contra a PEC 45/2024, alegando risco à autonomia dos estados. A proposta, que evoluiu para a PEC 54/2024, busca conter o crescimento de despesas obrigatórias e permite a regulamentação de verbas indenizatórias por lei ordinária — medida criticada por especialistas por manter brechas para salários acima do teto.

Com informações do Mídiamax