PP e União Brasil rejeitam propostas do governo para compensar aumento do IOF e ameaçam rompimento
- porCNN
- 11 de Junho / 2025
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Lideranças do PP e do União Brasil em entrevista a jornalistas na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (11) | Créditos: Reprodução/TV Câmara
As lideranças do PP e do União Brasil manifestaram publicamente nesta quarta-feira (11) sua oposição às alternativas apresentadas pelo governo para compensar a não elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Os partidos rejeitaram as sugestões de aumento de tributos e afirmaram que irão se articular para votar contra a proposta do Executivo.
A decisão foi anunciada em entrevista coletiva na Câmara dos Deputados, com a presença dos presidentes do PP, a senadora Tereza Cristina presidente do PP em MS, senador Ciro Nogueira (PI), e do União Brasil, Antonio Rueda, além de outros parlamentares das duas bancadas.
“Taxar, taxar, taxar, não pode e não será nunca a saída. É preciso cortar despesas [...] Se o governo não assumir sua parte e apresentar propósitos reais de enxugar essa máquina pesada e pouco eficiente, nós não vamos aceitar entregar essas contas ao brasileiro”, declarou Rueda.
O PP e o União Brasil, que anunciaram federação partidária em abril, possuem juntos 109 deputados e 14 senadores. Nogueira afirmou que, após a consolidação da aliança, proporá a saída de membros dos partidos do governo. Atualmente, o PP comanda o Ministério do Esporte, enquanto o União Brasil ocupa as pastas de Comunicações, Turismo e Desenvolvimento Regional.
Medidas alternativas geram descontentamento
O pacote de ajustes fiscais foi discutido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em reunião no domingo (9) com líderes partidários e os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
Entre as propostas está o fim da isenção de impostos sobre rendimentos de Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA), que passariam a ter tributação de 5% no Imposto de Renda. A medida tem enfrentado resistência do setor agropecuário e da bancada ruralista no Congresso.
A posição contrária do PP e do União Brasil pode dificultar a aprovação do plano econômico do governo, que busca alternativas para equilibrar as contas públicas sem aumentar o IOF.