Polícia turca detém dezenas de pessoas em Parada LGBTQIA+ de Istambul
- porAgência Brasil
- 30 de Junho / 2025
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| Créditos: conflgbtqia.org/Imagem ilustrativa
A polícia turca deteve pelo menos 30 pessoas no centro de Istambul neste domingo (29), quando elas tentavam participar de uma Parada do Orgulho, que as autoridades haviam proibido como parte de uma repressão de anos a eventos LGBTQ+, disse uma parlamentar da oposição.
Imagens obtidas pela Reuters mostraram a polícia brigando com um grupo de ativistas segurando bandeiras do arco-íris no centro da cidade antes de reuni-los e colocá-los em vans da polícia.
Kezban Konukcu, uma parlamentar do partido pró-curdo DEM que participou da marcha, disse à Reuters que pelo menos 30 pessoas foram levadas sob custódia.
A polícia não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
O gabinete do governador de Istambul já havia considerado a marcha ilegal e disse que os grupos que promoveram o evento estavam operando "ilegalmente".
As autoridades proibiram as paradas do orgulho na maior cidade da Turquia desde 2015, citando preocupações com a segurança pública.
O Partido AK do presidente Tayyip Erdogan, de raiz islâmica, adotou uma retórica cada vez mais dura contra a comunidade LGBTQ+ na última década.
Em janeiro, Erdogan declarou 2025 o "Ano da Família", descrevendo o declínio da taxa de natalidade da Turquia como uma ameaça existencial e acusando o movimento LGBTQ+ de minar os valores tradicionais.
"O principal objetivo das políticas de neutralização de gênero, nas quais a comunidade LGBT é usada como aríete, é a família e a santidade da instituição familiar", disse Erdogan em janeiro.
Grupos de direitos humanos condenaram a postura da Turquia. A Human Rights Watch e a Anistia Internacional alertaram que a retórica e as ações do governo estão alimentando um ambiente hostil para as pessoas LGBTQ+, contribuindo para o aumento da discriminação e da violência.
Apesar das proibições, pequenos grupos de ativistas continuam a marcar a Semana do Orgulho todos os anos. Os organizadores afirmam que a resposta cada vez mais agressiva da polícia reflete uma repressão mais ampla à dissidência e à liberdade de reunião na Turquia.