Com impacto da Selic, Plano Safra terá juros maiores em todas as linhas
- porCNN
- 30 de Junho / 2025
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O aumento da taxa Selic nos últimos meses teve impacto direto no Plano Safra 2025/2026, cuja modalidade empresarial será anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta terça-feira (1º), em cerimônia no Palácio do Planalto.
Segundo relatos feitos à CNN, todas as linhas de crédito agrícola devem ter uma alta de 1,5 a 2 pontos percentuais na comparação com o plano anterior.
O Ministério da Agricultura, no entanto, está satisfeito porque acredita ter conseguido conter o efeito da disparada da Selic e destinar mais recursos para a equalização dos juros.
A taxa definida pelo Banco Central estava em 10,5% por ano em junho de 2024. Hoje está em 15%.
*O novo Plano Safra deve chegar perto de R$ 600 bilhões, o que representaria um pequeno avanço sobre o valor de R$ 584 bilhões da edição anterior, incluindo os recursos destinados à agricultura familiar (R$ 78 bilhões).
A soma total abrange os CPRs (Cédulas de Produção Rural), que são originárias do direcionamento obrigatório das Letras de Crédito Agrícola (LCAs).
O fim da isenção de Imposto de Renda para as LCAs, definido no pacote de medidas alternativas à alta do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), está no centro de uma queda de braço entre o governo e a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).
A FPA calcula que cerca de 40% do financiamento da safra brasileira vem das LCAs e encabeça uma campanha no Congresso Nacional contra essa alternativa ao IOF, junto com partidos de Centro.
Além disso, ainda sem um acordo definitivo com a equipe econômica, o Ministério da Agricultura não pretende anunciar nesta terça mudanças no Seguro Rural. A ideia em discussão era unificar esse mecanismo com o Proagro, voltado a agricultores de menor porte, com um ganho orçamentário.
Na semana passada, o Ministério da Agricultura informou o congelamento de R$ 445 milhões do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) para cumprir a meta fiscal, o que causou críticas e pressão por parte do setor agrícola.
Diante da gritaria, o Palácio do Planalto resolveu recuar. No entanto, fontes afirmam que ainda há uma intenção de mudanças por parte do governo federal, mas que primeiro pretende negociar com a FPA e com o setor como um todo.
A frente parlamentar pede R$ 3 bilhões em seguro rural para 2025/2026 e afirmou ser “um duro golpe” a possibilidade de junção com o Proagro.