A Polícia Civil do Distrito Federal está em meio a uma investigação minuciosa sobre uma quadrilha que se passou por pelo menos 17 parlamentares, utilizando seus nomes para perpetrar golpes em redes sociais, principalmente no WhatsApp. Entre os alvos estava a senadora Soraya Thronicke (União-MS), cujo nome foi utilizado em pelo menos cinco ocasiões nos últimos seis meses.

A operação, batizada de "Alto Escalão 2", foi deflagrada na terça-feira (27), contando com o apoio das polícias civis do Piauí e do Maranhão. Foram realizados oito mandados de busca e apreensão nas cidades de Timon (MA) e Teresina (PI).

A investigação teve início em junho de 2023, após denúncias de dois senadores que descobriram que estavam sendo alvos de golpistas que se faziam passar por eles. Os criminosos clonavam perfis de WhatsApp, utilizando imagens e nomes das autoridades.

O modus operandi dos golpistas consistia em entrar em contato com as vítimas informando sobre uma suposta doação disponível. Alegando urgência devido ao iminente término do prazo, os criminosos solicitavam que as vítimas efetuassem um depósito em dinheiro ao motorista de um caminhão, que supostamente transportava os produtos a serem doados para a região da vítima.

Após sete meses de intensa investigação, foi constatado que os golpistas também utilizavam perfis falsos de outras autoridades, e em muitos casos, usavam vários números telefônicos registrados em nome do mesmo parlamentar.

No caso específico da senadora Soraya Thronicke, prefeitos e vereadores desconfiaram da autenticidade das "doações" e entraram em contato direto com a parlamentar para confirmar. Segundo a assessoria, houve pelo menos cinco tentativas, duas em julho, uma em agosto, uma em dezembro de 2023 e outra em janeiro do ano corrente.

Em uma entrevista à TV Paranaíba, o delegado Ataliba Neto, da Polícia Civil do Distrito Federal, revelou que a investigação identificou a participação de cinco pessoas, sendo um homem e quatro mulheres.

"Comprovamos a participação dos cinco e identificamos outros integrantes", afirmou o delegado. Segundo ele, o grupo se dividia entre aqueles que emprestavam as contas para recebimento do dinheiro proveniente do golpe e aqueles que se passavam pelos parlamentares. A quantia exata obtida pela quadrilha não foi divulgada pela polícia.

Os autores serão responsabilizados pelos crimes de associação criminosa, falsa identidade e estelionato, cujas penas somadas podem chegar a nove anos de reclusão.

A assessoria da senadora ressaltou que têm divulgado alertas recorrentes sobre tentativas de golpes que usam o nome de Soraya Thronicke.

Segue abaixo a lista dos parlamentares que tiveram seus nomes utilizados pela quadrilha:

**Deputados:**
- André Janones, Avante-MG
- Rogério Corrêa, PT-MG
- Natalia Bonavides, PT-RN
- Diego Andrade, PSD-MG

**Senadores:**
- Humberto Costa, PT-PE
- Paulo Paim, PT-RS
- Teresa Leitão, PT-PE
- Ana Paula Lobato, PSB-MA
- Carlos Viana, Podemos-MG
- Soraya Thronicke, União-MS
- Marcio Bittar, União-AC
- Esperidião Amin, PP-SC
- Luis Carlos Heinze, PP-RS
- Marcelo Castro, MDB-PI
- Vanderlan Cardoso, PSD-GO