A Polícia Federal (PF) prendeu nesta quinta-feira (15) em Brasília, Diego Cavalcante Gomes, apontado como "laranja" de um operador de vendas de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A prisão ocorreu sob mandado por tentativa de obstrução à Justiça, dois dias após o mesmo endereço ser alvo de buscas na Operação Sisamnes.

Segundo a investigação, Diego seria ligado ao lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, preso desde novembro sob suspeita de intermediar a venda de decisões judiciais no STJ. A PF apura se Diego recebeu ao menos R$ 5 milhões da Florais Transportes, empresa supostamente utilizada por Andreson para lavar dinheiro de propina.

A operação investiga crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, mercado de câmbio clandestino, evasão de divisas e organização criminosa. O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o sequestro de cerca de R$ 20 milhões em bens e valores dos investigados, além da proibição de deixarem o país e apreensão de passaportes.

As investigações da PF apontam para a existência de uma "rede financeira empresarial de lavagem de dinheiro" com o objetivo de ocultar a origem ilícita de valores destinados à compra de decisões judiciais no STJ.

A defesa de Diego não foi localizada até o momento. Outro advogado também era alvo de mandado de prisão, mas encontra-se foragido.

Andreson de Oliveira Gonçalves, apontado como lobista no esquema, foi preso em Mato Grosso do Sul em novembro, durante a Operação Sisamnes, um desdobramento da Ultima Ratio, que afastou desembargadores da Justiça sul-mato-grossense.