PF indicia presidente do PL-MS e outros dois militares por tentativa de golpe de Estado

| Créditos: Reprodução/ Montedo

A Polícia Federal (PF) indiciou Aparecido Andrade Portela, presidente estadual do PL em Mato Grosso do Sul, por suposta participação em um plano para golpe de Estado após as eleições de 2022. O indiciamento foi incluído em um adendo ao relatório final da investigação sobre a trama golpista, encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (11).

Além de Portela, também foram indiciados o coronel reformado Reginaldo Vieira de Abreu e o tenente-coronel da ativa Rodrigo Bezerra de Azevedo. Os três militares são acusados de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado de Direito e associação criminosa, mesmos crimes imputados a outras 37 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.

Mensagens de WhatsApp interceptadas pela PF sugerem que Portela utilizava o codinome "churrasco" para se referir ao golpe. Em conversas com Cid, ele teria cobrado a realização do "churrasco" e demonstrado preocupação em "devolver a parte desse pessoal" que "colaborou com a carne", indicando possível arrecadação de fundos para o plano.

O relatório cita ainda mensagens de janeiro de 2023 em que Portela menciona dificuldades em quitar dívidas relacionadas ao esquema, cogitando inclusive recorrer a empréstimos consignados.

A reportagem tentou contato com Portela para obter seu posicionamento sobre o indiciamento, mas não obteve resposta até o momento.

O indiciamento de militares por participação na trama golpista levou o Ministério Público do Tribunal de Contas da União (TCU) a pedir a suspensão do pagamento de seus salários. Entre os 25 militares com remunerações suspensas, dois são de Mato Grosso do Sul: o coronel Bernardo Romão Corrêa Neto, que recebe R$ 28,1 mil mensais, e o coronel reservista Laércio Vergílio, com remuneração de R$ 30,3 mil.

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