Na manhã desta quinta-feira, 22 de fevereiro, a Receita Federal em conjunto com a Polícia Federal lançaram a Operação Partidas Dobradas, visando desarticular um grupo criminoso especializado na utilização de notas fiscais fraudulentas e na criação de empresas fictícias para facilitar a entrada ilegal de produtos estrangeiros no território brasileiro.

A ação, que resultou na execução de um mandado de prisão preventiva e cinco mandados de busca e apreensão em Ponta Porã/MS, Dourados/MS e São Paulo/SP, também incluiu o bloqueio de bens relacionados aos indivíduos envolvidos.

Segundo as investigações, desde 2018, o grupo em questão emitiu mais de 35.000 notas fiscais, totalizando aproximadamente R$ 200 milhões. A compensação financeira por esses serviços era variável, incluindo um percentual sobre o valor total de cada nota fiscal, que oscilava entre 10% e 25%.

As notas fiscais fraudulentas emitidas pelo grupo facilitaram o transporte irregular de uma ampla gama de produtos pelo território nacional, incluindo eletrônicos, pneus, agrotóxicos, cabelo humano, garrafas e copos térmicos, postes de concreto e cimento, entre outros. Além disso, muitas dessas transações serviram para ocultar drogas, armas e mercadorias de alto valor.

O transporte desses produtos era frequentemente conduzido pelos próprios solicitantes ou por intermediários, enquanto a receptação era facilitada por meio de uma assessoria contábil que estabelecia empresas laranjas, que eram descartadas e substituídas periodicamente.

Produtos contrabandeados ou desviados pelo grupo foram apreendidos em vários estados, incluindo Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.

A operação contou com a participação de 10 auditores-fiscais e 1 analista-tributário da Receita Federal do Brasil, além de 22 agentes da Polícia Federal.