MS terá centro para tratar dependência química em indígenas, segundo do País

| Créditos: Reprodução/Tribuna


Mato Grosso do Sul, estado com a terceira maior população indígena do Brasil, receberá o segundo Centro de Acesso a Direitos e Inclusão Social (Cais Indígena) do País. A unidade, prevista para este ano, oferecerá atendimento a indígenas em situação de vulnerabilidade, com foco no tratamento do uso abusivo de álcool e outras drogas.

O município que abrigará o centro será definido pelo Ministério da Justiça em maio, após consulta ao povo Guarani Kaiowá. A região enfrenta problemas crônicos relacionados ao consumo de substâncias dentro das aldeias, o que contribui para o aumento da violência, sobretudo contra mulheres e crianças.

Estudo da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), com dados das aldeias Bororó e Jaguapiru, aponta que o consumo deixou de ter apenas caráter cultural e passou a apresentar traços patológicos, com impactos como suicídios, desnutrição infantil e violência.

Durante o Acampamento Terra Livre, realizado no ano passado em Brasília, lideranças de comunidades indígenas de MS destacaram a carência de atendimento clínico e psicológico e pediram fiscalização mais rigorosa sobre pontos de venda de álcool próximos às aldeias.

O Cais Indígena integra a Estratégia Nacional Povos Indígenas na Política sobre Drogas. A equipe será composta por profissionais do SUS, do Suas, do Susp e de órgãos ligados às políticas indigenistas, atuando no acolhimento, orientação e redução de danos.

A primeira unidade do Cais foi inaugurada em Tabatinga (AM), município de tríplice fronteira com Colômbia e Peru, escolhido por sua vulnerabilidade agravada pela atuação do narcotráfico na região.

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