Lobista preso por venda de sentenças em MT tinha ligação com advogado em MS
- porRedação
- 27 de Novembro / 2024
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O lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, preso ontem em Cuiabá pela Polícia Federal (PF), mantinha relações estreitas com o advogado Félix Jayme, de Campo Grande (MS). Gonçalves é acusado de operar um esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A conexão entre Gonçalves e Jayme foi revelada pela Operação Ultima Ratio, deflagrada em outubro pela PF para investigar a venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS). Relatórios da PF apontam transferências milionárias da empresa de Gonçalves, Florais Transportes, para a conta de Jayme em 2017.
Entre março e julho daquele ano, a Florais Transportes transferiu R$ 1.130.000,00 para Jayme, sendo grande parte do valor sacado em espécie. A PF não encontrou, porém, vínculos aparentes entre Gonçalves e Jayme que justificassem as transações.
Mensagens de WhatsApp trocadas entre Gonçalves e Jayme indicam "articulação e influência visando a decisão favorável" em processo no STJ. Em uma das mensagens, Gonçalves menciona ter influência sobre assessores de ministros do STJ.
A prisão de Gonçalves ocorreu no âmbito da Operação Sisamnes, que apura a venda de sentenças no TJMT. As investigações apontam que Gonçalves se apresentava como advogado, mesmo sem registro na OAB, e utilizava o nome da esposa, que é advogada, para seus negócios.
Gonçalves também é investigado por relação próxima com o desembargador do TJMS, Marcos Brito, afastado do cargo durante a Operação Ultima Ratio.
A investigação ganhou força após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, em Cuiabá, no fim do ano passado. Diálogos encontrados no celular de Zampieri revelaram troca de informações com Gonçalves sobre a venda de decisões judiciais.