Justiça recusa prisão domiciliar a policial envolvido em transporte de cocaína

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A solicitação de prisão domiciliar feita pelo policial civil Hugo César Benites, detido durante a Operação Snow conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), foi negada pela Justiça. A operação descreveu a organização criminosa como altamente articulada, com logística sofisticada e divisão de tarefas bem definidas.

Benites, juntamente com o policial Anderson César dos Santos Gomes, fazia parte do grupo que transportava cocaína em viaturas da Polícia Civil, sob o esquema conhecido como 'Frete Seguro', no qual as viaturas não eram interceptadas nas rodovias. A cocaína saía de Ponta Porã com destino a Campo Grande, de onde era distribuída para outros pontos do país.

A defesa de Hugo argumentou que ele necessitava de uma intervenção cirúrgica urgente devido a condições médicas como obesidade grau 1, esteatose hepática e litíase biliar, além de ser o único provedor da família e ter dois filhos com doenças graves. No entanto, a residência fixa de Benites, no Paraguai, foi questionada pela magistrada Eucélia Moreira Cassal, que indeferiu o pedido em 15 de abril.

Hugo César Benites estava no Paraguai no momento da deflagração da Operação Snow, em 26 de março deste ano, e se entregou às autoridades para evitar sua extradição. Anderson César já estava sob custódia após ser flagrado transportando cocaína para o grupo.

Investigações revelaram que parte da cocaína apreendida pela Defron (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira) durante uma incineração em Dourados, em maio de 2023, tinha sido descarregada por policiais civis em Campo Grande. A viatura utilizada passou por postos da PRF (Polícia Rodoviária Federal) em Dourados e Sidrolândia antes de retornar a Ponta Porã.

A quadrilha operava Campo Grande como um entreposto para armazenar e distribuir cocaína para outros estados, escondendo a droga em residências nos bairros Tijuca, Coophavila e Jardim Pênfigo. O líder identificado foi Joesley da Rosa, cujas empresas eram utilizadas para lavar o dinheiro proveniente do tráfico de drogas. A estrutura criminosa envolvia também Valdemar Kerkhoff Júnior, Douglas Santander, Mayk Rodrigues, Eric Marques, Paulo César, além dos policiais civis Anderson César e Hugo Benites.

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