Justiça prorroga prisões e concede medidas cautelares a investigadas em operação contra tráfico interestadual
- porRedação
- 06 de Maio / 2025
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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prorrogou a prisão temporária de 14 dos 19 detidos na Operação Chiusura, deflagrada em março para investigar a conexão entre quatro grupos especializados em tráfico de drogas. Dentre os que permanecerão presos até maio, estão três suspeitos de integrarem o núcleo do Mato Grosso do Sul (MS).
Duas investigadas ligadas ao núcleo de MS, a advogada Aline Gabriela Brandão e Andressa Almeida Fernandes, tiveram suas prisões convertidas em medidas cautelares por decisão do juiz Ângelo Pinheiro Fernandes de Oliveira, da 4ª Vara de Entorpecentes do DF. O magistrado considerou o fato de ambas serem mães de filhos menores de 12 anos.
Segundo a PCDF, Aline Brandão é apontada como a principal figura do núcleo de MS, responsável pela gestão financeira e patrimonial do grupo criminoso, realizando movimentações financeiras e utilizando empresas de fachada. Procurada, a advogada preferiu não comentar as acusações.
Informações divulgadas a partir da quebra de sigilo judicial revelam que o núcleo de MS era também denominado "Sinaloa", em referência ao cartel mexicano, com possível ligação ou parceria com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Além de Aline e Andressa, são apontados como integrantes do núcleo sul-mato-grossense Rodrigo José Martins da Silva (administrador oculto), Pedro Jorge Martins da Silva (laranja patrimonial) e Ronaldo Cardoso (interposto financeiro).
A investigação aponta conexões familiares entre os suspeitos: Rodrigo e Pedro Jorge são irmãos de Thiago Gabriel Martins, preso na Bolívia em 2023 e identificado como membro do PCC. Andressa é esposa de Pedro Jorge, e Ronaldo Cardoso é casado com a mãe deles. Aline Brandão, inicialmente apontada como esposa de Thiago, negou o vínculo atual.
A investigação aponta que Andressa Almeida movimentou cerca de R$ 8,1 milhões de forma suspeita. Há também indícios de ligação do núcleo com uma pessoa foragida no Rio Grande do Norte por tráfico de drogas. Interceptações policiais sugerem que pessoas próximas a Ronaldo Cardoso discutiram abertamente as prisões, mencionando o envolvimento dele nos "negócios do chefe" e remessas de dinheiro de Thiago.
A Operação Chiusura teve início a partir da prisão em flagrante de dois suspeitos em junho de 2023, que levou à identificação de uma rede de tráfico no DF e culminou na identificação dos quatro núcleos criminosos interligados.
A defesa de Aline Brandão havia solicitado a conversão da prisão em domiciliar, o que foi inicialmente negado. Contudo, o juiz posteriormente concedeu medidas cautelares a ela e a outras três mulheres, incluindo Andressa Fernandes, determinando que mantenham endereço atualizado, não se ausentem do país, não contactem os demais investigados e não realizem movimentações patrimoniais sem autorização judicial. Outra investigada, Janaína Lira da Silva, permanece presa após ser flagrada com drogas e armas durante a operação.