O juiz Flávio Saad Peron, da 15ª Vara Cível de Campo Grande, está organizando mais de 200 processos movidos por moradores do bairro Nova Campo Grande contra a JBS. As ações questionam o mau cheiro exalado pelo frigorífico da empresa e pedem indenizações por danos morais e desvalorização imobiliária.

Embora a JBS tenha conseguido que os processos fossem analisados individualmente, todos tramitam sob responsabilidade do mesmo magistrado. Com isso, a sentença de um caso pode servir de base para os demais, embora cada ação dependa das provas apresentadas.

Em despachos recentes, o juiz determinou que os autores comprovem a propriedade dos imóveis afetados, exigindo documentos como certidões de matrícula ou contratos de compra e venda. A exigência está ligada ao pedido de compensação pela desvalorização das residências na região.

No processo mais avançado, uma moradora pede nova perícia para confirmar a queda no valor de seu imóvel e a relação direta com o odor vindo do frigorífico. A defesa solicita ainda a inversão do ônus da prova, para que a JBS tenha que demonstrar que não é responsável pelo problema. Laudos do Imasul já confirmam a emissão de odores pela empresa.

A Justiça também abriu prazo para as partes indicarem novas provas e testemunhas. Após essa fase, o juiz poderá marcar audiência para instrução e julgamento dos casos.