Justiça marca para agosto julgamento de Nelsinho Trad e empresários por suspeita de fraude em contratos de tapa-buracos

| Créditos: Foto: Saulo Cruz/Agência Senado


O juiz Ariovaldo Nantes Corrêa marcou para 14 de agosto de 2025 o julgamento do senador Nelsinho Trad (PSD), ex-secretários e empresários envolvidos em supostas irregularidades em contratos de manutenção de vias em Campo Grande (MS). O caso, investigado pelo Ministério Público Estadual (MPE), aponta um prejuízo de R$ 204 milhões aos cofres públicos, incluindo indenizações e multas.

Contratos Superfaturados e Licitações Irregulares
Segundo o MPE, a empresa Anfer Construções e Comércio venceu duas licitações suspeitas de direcionamento, firmando contratos no valor de R$ 6,6 milhões para serviços de recapeamento. No entanto, com aditivos, o valor final pago chegou a R$ 15,6 milhões, indicando um superfaturamento de R$ 10,6 milhões – sendo R$ 4,08 milhões em mão de obra e R$ 6,5 milhões em material asfáltico.

Ainda conforme a ação civil pública, houve contratação duplicada, com duas empresas atuando na mesma região. Enquanto a Anfer era responsável por áreas já cobertas pela Wala Engenharia, outra licitação incluía a Enerpav no mesmo trecho.

MPE Cobra Devolução de Valores e Indenizações
O MPE pede a devolução integral dos R$ 15,6 milhões pagos à Anfer, além de R$ 156,9 milhões por danos morais e R$ 31,3 milhões em multa civil.

O juiz rejeitou argumentos preliminares dos réus, que alegavam vícios processuais e prescrição. Entre os defendidos estão o ex-prefeito Nelsinho Trad e integrantes da comissão de licitação, que afirmam ter agido dentro da legalidade.

Perícia e Próximos Passos
O magistrado autorizou uma perícia técnica para analisar documentos e as obras executadas, verificando possíveis superfaturamentos, medições falsas e falhas na fiscalização. O laudo deverá ser apresentado em 60 dias.

O julgamento, marcado para 14 de agosto, será realizado por videoconferência e avaliará se houve fraude em licitações, sobrepreço e danos ao erário. A decisão foi publicada no Diário da Justiça em 11 de junho.

Fonte: O Jacaré

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