Justiça Federal bloqueia R$ 40 milhões de pecuarista e familiares por incêndio no Pantanal
- porRedação
- 21 de Junho / 2025
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| Créditos: Foto: Reprodução/G1/vídeo
A Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 40 milhões pertencentes ao pecuarista Carlos Augusto de Borges Martins e seus três filhos. A medida atende a uma ação do Ministério Público Federal (MPF), que acusa a família de provocar um incêndio de grandes proporções no Pantanal, registrado como "muralha de fogo".
Segundo o MPF, o grupo teria ateado fogo em vegetação nativa para expandir pastagens destinadas à criação de gado. A decisão, emitida pela juíza federal Sabrina Gressler Borges, inclui uma multa por danos ambientais em uma área próxima à região do Tamengo, reconhecida por sua biodiversidade.
O incêndio ocorreu há aproximadamente um ano e ganhou repercussão após imagens mostrarem as festividades de São João em Corumbá com uma intensa cortina de fogo ao fundo. O g1 tentou contato com a defesa da família, mas não obteve resposta.
Ocupação irregular e queimadas intencionais
De acordo com o MPF, os pecuaristas ocupavam ilegalmente terras públicas da União para criação de gado. O fogo, iniciado em 1º de junho do ano passado dentro de uma fazenda sob posse dos acusados, teria sido intencional, visando à renovação de pastagens.
Um laudo técnico utilizado na ação aponta que a família realizava queimadas anuais para favorecer a produção de pasto novo. A Justiça destacou a necessidade de medidas urgentes para proteger o bioma, incluindo:
Proibição de exploração e desocupação: Os réus foram proibidos de utilizar as áreas atingidas, que devem permanecer em regeneração natural. Eles também foram obrigados a retirar todo o gado do local.
Bloqueio de cadastros: A Justiça suspendeu os registros dos envolvidos na Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (IAGRO/MS), impedindo a emissão de Guias de Trânsito Animal (GTA) e evitando possíveis lucros com atividades irregulares.
Operação da Polícia Federal
Em outubro de 2023, a Polícia Federal (PF) realizou uma operação contra a família, resultando na prisão de um dos investigados por posse ilegal de arma. Segundo as investigações, o incêndio consumiu cerca de 6,5 mil hectares, com focos ativos durante o período das festas juninas.
Imagens de satélite confirmaram queimadas em terras da União, incluindo uma Área de Proteção Permanente do Rio Paraguai e terras devolutas. A decisão judicial reforça que os danos ambientais são irreversíveis e impactam toda a sociedade.