Justiça determina prazo para poder público transportar paciente de Nova Alvorada para transplante cardíaco em SP

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Um homem de 41 anos, diagnosticado com insuficiência cardíaca severa devido à doença de Chagas, teve uma chance de recomeço esta semana. No entanto, para realizar o tão aguardado transplante de coração em São Paulo (SP), ele precisou recorrer à Justiça. A família do paciente, residente em Nova Alvorada do Sul, a 115 km de Campo Grande (MS), buscou assistência da Defensoria Pública, que obteve em tempo recorde uma ordem judicial para a transferência.

O paciente, que aguardava na fila de transplantes há cinco anos, recebeu a notícia de que um coração compatível estava disponível para ele no Hospital Israelita Albert Einstein, referência nacional nesse tipo de procedimento. Contudo, a condição exigia transporte por UTI Aérea.

"A esposa nos procurou porque o marido está no CTI em Campo Grande e o coração está lá em São Paulo, ele precisa fazer o transplante. Nós não tínhamos valores, mas fizemos uma força-tarefa na Defensoria, concluímos a ação com três orçamentos. No mesmo dia, o juiz deu a liminar favorável", explica o defensor público Cássio Sanches Barbi, atuante em Nova Alvorada do Sul.

A Justiça estabeleceu um prazo de 72 horas, a partir da notificação sobre a ordem, para que o Governo de Mato Grosso do Sul e a Prefeitura de Nova Alvorada do Sul providenciem o transporte do paciente.

A doença de Chagas, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e transmitida pela picada do percevejo conhecido como "barbeiro", é a terceira causa de transplante cardíaco no Brasil. O microrganismo viaja pela corrente sanguínea e aloja-se nas células cardíacas, podendo causar lesões no coração, esôfago e intestino décadas após a infecção inicial, muitas vezes de maneira silenciosa.

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