Interceptações revelam preocupação de investigados com reeleição de vereador em Campo Grande

Investigados por envolvimento em um esquema de corrupção liderado por Claudinho Serra (PSDB) demonstraram preocupação com a reeleição do vereador nas eleições deste ano em Campo Grande. Segundo o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), interceptações telefônicas autorizadas judicialmente revelam essas apreensões.

As conversas interceptadas apontam que a dificuldade de reeleição é um problema significativo para o PSDB nas eleições municipais, conforme relataram pré-candidatos a uma vaga na Câmara de Vereadores de Campo Grande. A chapa do PSDB está repleta de nomes considerados "puxadores de voto", o que aumenta a competição interna.

O temor de não conseguir a reeleição afligia até mesmo os membros da organização criminosa que, segundo a Operação Tromper do Gaeco, participavam de um esquema de desvio de recursos públicos em Sidrolândia, liderado pelo genro da prefeita Vanda Camilo (PP), o vereador Claudinho Serra.

Interceptações capturaram uma conversa entre Ueverton Macedo da Silva, conhecido como "Frescura", e um homem identificado como "Prefeitão", discutindo a situação de Claudinho Serra. Frescura expressou preocupação sobre as chances de reeleição do vereador devido à forte concorrência dentro do partido.

Segundo o relatório do Gaeco, a conversa indica preocupações sobre a ascensão política de aliados e a continuidade dos esquemas de corrupção. Claudinho Serra, licenciado da Câmara de Campo Grande, não respondeu aos questionamentos sobre suas intenções de reeleição. O PSDB também não se manifestou sobre o caso.

A situação interna do PSDB inclui nomes fortes como Pitu, Flávio Moura, Athayde Nery, e novos filiados como Papy, Dr. Vitor Rocha e Zé da Farmácia, aumentando a disputa por uma vaga na Câmara.

O PSDB realizou um evento em 1º de abril, comemorando a filiação de mil novos membros. O presidente do diretório municipal, Beto Pereira, não retornou os contatos para comentar a situação.

Para eleger um vereador em Campo Grande, é necessário atingir o quociente eleitoral e o partidário. Em 2020, o quociente foi de 14.234 votos, e os partidos precisavam de ao menos 1.423 votos para garantir uma cadeira na Câmara. Claudinho Serra, considerado um "elo fraco" na chapa, conquistou apenas a 2ª suplência com 3.616 votos.

Claudinho assumiu o mandato após uma série de movimentações, incluindo a renúncia de Ademir Santana, que alegou se dedicar à campanha eleitoral do PSDB, entregando a vaga um mês antes da deflagração da Operação Tromper.

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