Governo Federal anuncia liberação de R$ 100 Milhões para combate a incêndios no Pantanal

| Créditos: Bruno Rezende

O governo federal destinará R$ 100 milhões para o combate aos incêndios no Pantanal. O recurso será utilizado por órgãos como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

A medida foi anunciada pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, que destacou a importância de salvar o Pantanal, descrito como "a maior planície alagável do mundo".

Com o aumento dos focos de incêndio na região, o governo acionou a sala de situação na segunda-feira (24) para definir ações emergenciais. Além da liberação dos recursos, foram decididos o envio de brigadistas e agentes da Força Nacional, bem como a visita de uma comitiva ministerial ao local.

Na sexta-feira (28), as ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e do Planejamento, Simone Tebet, junto com o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, irão a Corumbá (MS), onde a situação é mais crítica. A visita inclui a entrega de equipamentos e aeronaves, além de reuniões com autoridades locais.

O combate aos incêndios contará com o reforço de 50 brigadistas do Ibama e 60 agentes da Força Nacional, somando-se aos 175 brigadistas do Ibama, 40 do ICMBio e 53 combatentes da Marinha já presentes na região.

A ministra Marina Silva destacou a gravidade da situação, mencionando a escassez hídrica severa na bacia do rio Paraguai como um dos fatores que agravam os incêndios.

O Ministério da Defesa disponibilizará seis helicópteros, duas aeronaves e embarcações para o transporte dos militares e brigadistas. Entre as aeronaves, está o KC-390 Millennium, com capacidade de carregar até 10 mil litros de água por voo. Estuda-se também a implantação de uma base avançada na estrada Transpantaneira para facilitar o combate ao fogo.

Segundo dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ), entre janeiro e junho de 2024, 627 mil hectares foram queimados no Pantanal, um aumento de 142,9% em relação a 2020. A Lasa-UFRJ atribui a extensão dos incêndios à ação humana e à seca extrema e persistente.

Marina Silva ressaltou que 85% dos incêndios ocorrem em propriedades particulares no Mato Grosso do Sul e que o Ministério da Justiça está trabalhando para identificar e punir os responsáveis.

Os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul já proibiram o manejo de fogo até o final do ano. Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência, facilitando o acesso a recursos extraordinários.

No Mato Grosso, foram registrados 74 focos de calor até o dia 24 de junho, conforme o Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A operação de combate aos incêndios envolveu diversas ações, incluindo o uso de aeronaves e monitoramento remoto com satélites.

O Pantanal, com uma área de 179.300 km², é um bioma de alta biodiversidade, abrigando mais de 2 mil espécies de plantas e uma rica fauna. A região é vital para cerca de 1,1 milhão de pessoas no Brasil, além de populações na Bolívia e no Paraguai.

Compartilhe: