O general reformado Laércio Virgílio, alvo da operação "Tempus Veritatis" da Polícia Federal (PF) em Mato Grosso do Sul, está agendado para prestar depoimento hoje (22) na sede do órgão em Campo Grande. A ação visa desmantelar um grupo acusado de disseminar falsidades, alegando fraude nas Eleições Presidenciais de 2022.

Segundo informações da PF, a operação tem como objetivo desmantelar uma tentativa de golpe de Estado e subversão do Estado Democrático de Direito, visando manter o então presidente Jair Messias Bolsonaro no poder. Investigações indicam que o grupo, organizado em diferentes núcleos, visava legitimar uma intervenção militar através de uma campanha de desinformação coordenada.

Laércio Virgílio é apontado como integrante do núcleo composto por oficiais de alta patente que exerciam influência sobre os demais grupos. Além dele, outros nomes destacados, como o ex-ministro Chefe da Casa Civil, Walter Souza Braga Netto, e Almir Garnier Santos, são mencionados nas investigações.

O grupo teria se aproveitado de suas posições nas Forças Armadas para promover e apoiar ações visando a consumação do golpe. Além de Virgílio, outros militares ligados a Mato Grosso do Sul também estão sob investigação, incluindo o tenente-coronel do Exército, Sérgio Ricardo Cavaliére de Medeiros, e o coronel do Exército Brasileiro, Bernardo Romão Corrêa Neto.

Durante a operação, o celular de Virgílio foi apreendido pela polícia.

A operação "Tempus Veritatis", cujo nome significa "a hora da verdade" em latim, foi deflagrada no dia 2 de fevereiro pela PF. Na ação, foram cumpridos mandados de prisão, busca e apreensão, bem como medidas cautelares, com o objetivo de desbaratar a suposta conspiração contra a democracia.